sábado, 2 de abril de 2016
nem naturismo nem atentado ao pudor
Eu sonho com um mundo onde a gente possa nadar pelado.
Não apenas em praias desertas, mas em piscinas de clube.
Sem precisar de leis nem de "ismos", simplesmente tirando a roupa e entrando na água.
E saindo feliz e secando ao sol, sem trajes molhados grudados no corpo, que vão parar em sacolinhas, que invariavelmente dormem na mochila e acordam com aquele cheiro que nos lembra "por que raios preciso de roupa pra nadar?!"
Por quê?
Por que não me sinto à vontade com meu corpo a ponto de precisar cobri-lo?
Por que tememos o olhar do outro?
O que nosso corpo precisa provar e não consegue e faz com que tenha que se esconder?
O que nosso corpo traz que é tão ofuscante, que incomoda tanto e que precisa ser abafado?
Por que é tão arriscado sermos nós mesmos?!
Pois eu digo que superar esse risco é a única forma de sairmos Vivos dessa história! Vivos de Vida, vivos de Verdade, vivos de honestidade e coerência, qualidades que reivindicamos em altos brados, mas que não fazemos ideia do que de fato são...
Pra mergulhar em si mesmo é preciso estar sem biquini. Sem maiô, sem sunga, sem bermuda.
De algum modo nos foi privado o contato verdadeiro e genuíno com a água, não por acaso nossa Grande Mãe e fonte da Vida.
Se você acha que aqueles pequenos pedaços de tecido sintético não interferem na sua relação com a Água, aposto que é porque nunca se deu ao luxo transgressor de retirá-los. Nem que seja furtivamente, lá no fundo, onde ninguém está vendo... melhor segurar nas mãos do que ter elásticos te envolvendo.
Se você acha que sua relação com a água não é algo importante... então não partimos das mesmas premissas...
E entre um mergulho e outro vamos desvendando nossos medos e nossas vergonhas, permitindo com que se dissolvam, derretam, evaporem e chovam!
eu semeio vento na minha cidade, vou pra rua e bebo a tempestade
PS - só pra você não ficar achando que eu sou a rainha bem resolvida, preciso dizer que ainda não saio nadando pelada por aí. Ainda entro e saio de biquini e fico lá no fundo segurando-o nas mãos e me achando um pouco ridícula
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