domingo, 8 de janeiro de 2012

Bolívia & Peru - Diário de Bordo: Ep. 4 - Uyuni: Poderia ser pior x melhor impossível, dia 3

A alvorada foi às 4h30 da matina, pois não sei por que a melhor hora para ver os geisers é bem cedinho. Saímos sem tomar café e deu tempo de ver a lua nova se pondo, linda e amarela!

Logo que amanheceu chegamos nas "fumarolas" e é realmente impressionante, principalmente pelo barulho que faz! Aquele vapor todo saindo da terra, bem doido... me deu vontade de saber direito o que acontece, por que é assim... nessas horas é bom um guia... agora vou ter que pesquisar no Google, ô preguiça...

Estava um frio de lascar e mais uma vez batemos cartão, ou melhor, as fotos, e corremos de volta pro carro. Em seguida fomos para as águas termais. É um lugar onde a água chega a 40 graus! Fizeram uma piscininha e àquela hora da manhã, com aquele frio, só tinha europeu dentro d'água! Eu quase me arrependi de não ter entrado, mas estava tão frio, mas tão frio, que eu não conseguia pensar em tirar a roupa, muito menos em sair molhada naquele vento, brrrrrrrr!

Outra parada expressa e continuamos o passeio rumo à Laguna Verde. Nesse caso o fato de ser cedo não foi uma vantagem, pois parece que a lagoa vai ficando verde ao longo do dia. Mesmo assim estava linda e o céu azul com aquelas nuvens especiais contribuíram bastante para o cenário!

Fomos para a Laguna Branca, onde tem um alojamento. O Santiago nos deixou na margem da lagoa e seguiu para preparar o nosso café da manhã. O lugar é absolutamente lindo e o dia estava fantástico! Há uns dois dias que eu não fazia um sádhana e aquele lugar me convocou à prática.

Sem falar nada pra ninguém, sem satisfações nem preparações, sentei e pratiquei. Não olhei no relógio, não deve ter sido mais do que dez minutos, mas foi o suficiente para absorver um pouco daquele lugar, respirar de forma realmente profunda e esticar o corpo.

Esse é o fim do passeio para quem faz a parte boliviana. Ao fundo víamos as montanhas chilenas e argentinas da tríplice fronteira. Tomamos o café da manhã e o Santiago disse para que caminhássemos um pouco mais enquanto ele preparava o carro. Eu e o PC aproveitamos para tirar mais umas fotos e fiz a minha indefectível sessão de fotos de ásanas ;) Haja fôlego e de estômago cheio... não ficou lá essas coisas...

As "macaquices" mais o sol que ia subindo deram um baita de um calor e então lembrei da piscininha de água quente... perguntei pro Santiago se poderíamos parar um pouco lá e ele disse que não, porque a volta pra Uyuni era longa e ele tinha que lavar o carro, etc, etc... insisti, dizendo que seria rapidinho, fiz uma manha, todo mundo ajudou e ele enfim cedeu, ganhando em seguida uma salva de palmas, rs...

A vantagem de estarmos só nós 4 no carro é que as mochilas foram dentro, então tratamos de buscar as roupas de banho, toalhas, chinelos e quando chegamos nas termas foi só pular do carro pra água! (na verdade eu coloquei biquini, mas foi rapidíssimo). Não tinha ninguém no lugar e ficamos com aquela piscininha só pra nós! Sem dúvida o ponto alto do passeio! Fica a dica: se você for fazer o passeio que volta pra Uyuni, pare nas águas termais na volta ;)

A partir desse ponto começou a nossa viagem de retorno, agora por estradas mais "expressas", com paisagens menos exuberantes. Mas não se iluda, as estradas são obviamente todas de terra e foram 4h de sacolejos até a parado pro almoço. Todo mundo meio verde, meio mareado... o que ajudou a abrandar o caminho foi a companhia do Elomar e do Milton Nascimento no iPod. Com trilha sonora aí sim parecia mais que eu estava dentro de um filme.

"Trabalhando o sal é amor é o suor que me sai, vou viver cantando o dia tão quente que faz"

"Veja bem meu patrão, como pode ser bom, você trabalharia no sol e eu tomando banho de mar"

E então Elomar me dá a melhor definição de liberdade: "não ser mais empregado e também não ser patrão"!

Vou devaneando nos solavancos da estrada, que bagunçam os pensamentos e depois encaixam tudo no lugar.

Depois do almoço que pegamos a via expressa, na verdade. Praticamente uma rodovia, mais movimentada e com momentos bem tensos em trechos estreitos com caminhões enormes, rebanhos de lhamas, crianças ou simplesmente desviando de buracos. Duas horas depois, finalmente, chegamos em Uyuni. A cidade estava um caos, pois tinha feira.

Deixamos as mochilas na Colque, deu pra tomar mais um banho de lenços umedecidos e trocar de roupa pra viajar. Acertamos o restante do passeio, descontando aquele primeiro almoço. Tratamos direto com o dono, Dom Félix, e deu tudo certo.

Fomos então achar algo pra comer e caímos em outra muvuca, a dos turistas. A cidade estava realmente fervendo, mochileiros por toda parte, uma pessoa mais esquisita/engraçada que a outra. Mais uma vez foi tranquilíssimo comer sem carne (uma pizza muito boa).

A muvuca continuou no ponto de ônibus, já escurecendo, e aquela sensação de velho oeste. Banheiro, nem pensar. O ônibus era melhorzinho que o da ida, com poltronas xadrez cor de laranja e cortinas amarelas, bem  engraçado. Tinha um grupo de brasileiros bastante barulhento, especialmente um cidadão, que ficava falando alto, fazendo piadinhas e brincadeiras com todo mundo, muito desagradável...

Dessa vez não consegui dormir direito, não achava posição na poltrona, tudo meio apertado... o iPod ajudou bastante a abstrair os desconfortos e nas 12h de viagem rolou de Mozart a Natiruts!

Chegando em La Paz, pulamos de um bumba direto pra outro, sem café da manhã, rumo a Copacabana e Isla del Sol, Lago Titicaca.

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