quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - Parte 5 de 10: hospedagem


A ideia inicial era priorizar o camping selvagem, que é acampar em locais que não são campings "oficiais", como do lado de um rio. A grande desvantagem de fazer isso é segurança, pois os paranoicos paulistas não deixariam o acampamento "largado" pra ficar o dia todo fora fazendo um passeio. A solução seria montar e desmontar o acampamento todo dia, coisa que logo se mostrou cansativa e demorada. Como disse a Ana: "eu não tenho mais coluna pra ficar armando e desarmando barraca todo dia!". O fato é que a gente é um bando de tiozão bunda mole, que gosta de colchão inflável e outros confortos que dificultam o nomadismo.

E tem também os imprevistos. O nosso desvio de rota da ida acrescentou um pernoite em pousada, pois não conseguimos chegar em Ponte Alta na data prevista. O nosso "passeio" em Palmas também acrescentou um pernoite em hotel, porque não deixariam a gente acampar na "segunda maior praça do mundo". E por fim, na parada em Brasília a Dilma não autorizou um camping selvagem no jardim do Palácio do Planalto... uma pena!

Veja como ficou a nossa configuração de dormidas:

Uberaba: Hotel Albatroz - foi a nossa salvação, pois a cidade estava lo-ta-da, por conta de um vestibular (?!) e do show do Alexandre Pires (?!?!). Não recomendo, foi realmente um caso de emergência.

Pirenópolis: Pousada Dona Geni - ma-ra-vi-lho-sa! Depois de vasculhar sites, guias e GPS, ao entrar na cidade nos deparamos com a simpática casa azul e branca e foi por lá mesmo que ficamos! Ótima localização no centro hostórico e tarifas honestas. Ficamos duas noites, mas Piri merece mais!

Arraias: Pousada Boi Carreiro - assim como na parada de Uberaba também foi a nossa salvação, pois estávamos correndo o risco de ter que acampar na beira da estrada ou dormir dentro da Dalva, já que Campos Belos, a "metrópole" da região, também estava lotada, por conta de uma feira agropecuária... é, em Goiás as cidades também lotam! Mas essa foi uma salvação de verdade! O proprietário, Sr. Antonio, foi muito bacana e as instalações surpreenderam (lembre-se que aqui tínhamos acabado de entrar no Tocantins...), por um preço justo. Ah, também é restaurante.

Ponte Alta: camping selvagem - finalmente! Demorou pra achar "um cantinho", mas foi incrível! Fica na altura da cachoeira da Sussuapara, só que do outro lado da estrada, ao lado de um riozinho e com "amplos toiletes" :) Tem um morador perto, com quem conversamos antes e depois demos uma gorgeta, mas do "camping" nem dava pra ver a casa dele, tem uma florestinha no meio.

Mateiros: camping Rio Novo - lugar idílico! Fica a 100 km de Ponte Alta e a 70 km de Mateiros, super bem sinalizado, tem um monte de placas na estrada. No meio do nada, mas na beira do Rio Novo, com umas prainhas deliciosas, banheiros (o feminino com espelho e ducha higiênica!), chuveiros (frios, é claro), cozinha com mesa e pia. Claro que tudo extremamente rústico, mas dá pra sentir um cuidado, um carinho na organização das coisas (a duchinha do banheiro é uma improvisação com mangueira de jardim, muito legal). Tem iluminação das 18h às 21h, por gerador. Mais uma vez fomos recebido por um simpático Sr. Antonio e sua mulher Milma. O S. Antonio "apaixonou" pelo PC e era um tal de "Paulinho" pra lá, "Paulinho" pra cá, uma graça! No último dia eu falei que por mim ficava lá com eles e ele disse: "fica, nóis cria ocê facinho!". Foi aí que a Dalva quebrou e acabamos ficando 4 noites. Por mim ficaria mais... vou pensar na proposta do S. Antonio, hehe.

Palmas: Hotel Estrela - pelo mesmo preço do hotel que ficamos em Uberaba tivemos quartos arejados, banheiros impecáveis e um café da manhã de tirar o chapéu!

Cavalcante: camping Canto do Brasil - as histórias de camping são as melhores, parece que não tem muita graça falar de hotel! A ideia em Cavalcante era ir para o camping Veredas, que foi onde eu e o PC ficamos da outra vez que fomos à Chapada. Mas lá não tem energia elétrica e nós chegamos à noite, um friozinho... eu só conseguia pensar em um chuveiro quente. Mais uma vez a mentalização virou realidade (to ficando boa nisso!) e lá tinha um banheiro que eu nunca tinha visto em campig! Pia com bancada, prateleiras, cabides, um luxo! Outra vantagem é que fica do lado da cidade e dá pra ir à pé. Os donos também são muito bacanas, o Fernando e a Beatriz. O Fernando toca carron e rolou uma dupla com o PC. Na primeira noite foi um sossego, só nós e a lua cheia... já na segunda... meia noite e pouco, a gente no décimo quinto sono e acordo com um som de carro e vozes histéricas com sotaque carioca. A maior algazarra! Dava a impressão que eram umas 15 adolescentes viajando sem a mãe pela primeira vez (no dia seguinte vimos que eram só quatro). Eu, completamente sonolenta, estava pensando que atitude tomar, até que escuto um sonoso "Schiiiiiiuuuuuu", ao qual logo respondem: "Ai, eu não sabia que tinha génte durrrrrrrrrmindo". É mole?! A terceira e última noite foi surpreendentemente tranquila, hehe. Nesse camping tem uma boa estrutura de cozinha, com fogão e tudo. Com um pouquinho de cara de pau e sem exageros dá pra pedir pra deixar alguma coisa na geladeira do Fernando ;)

Brasília: Hotel Aristus - o mais caro da viagem, claro, afinal Brasília é Brasília! Mas valeu a pena!

Uberlândia: Hotel Sara - por um preço menor que o hotel de Uberaba, mais um quarto confortável, banheiro impecável e café da manhã excelente!

(os preços virão em uma postagem especial sobre o assunto)

Essa foi a nossa saga. Adoro a vida campista, mas também não dispenso um azulejo... se tiver um tapetinho no banheiro então, vixe, me conquista na hora! Mas o camping tem uma coisa que eu realmente adoro, que é aquele momento do xixi da madrugada, quando a gente sai da barraca, tudo quieto em volta, o céu estupidamente estrelado... pra alguns pode parecer um extremo desconforto, mas eu adoro... me sinto tão perto da natureza, me sinto tão "em casa"!

Papo de meninas:
Ficar menstruada num acampamento pode não ser das coisas mais confortáveis, mas não se desespere, dá pra sobreviver! Eu, sortuda que sou, fui escolher logo o dia do camping selvagem pra começar o ciclo :S Haja OB super e absorvente noturno (o xixizinho da madrugada eu curto, mas trocar absorvente no escuro e no meio do mato ninguém merece!). O bom do OB é que ele é biodegradável, então pode enterrar e não precisa ficar andando com "lixo radioativo" (deixar absorvente em acampamento selvagem está fora de cogitação, ok?!).

Fotografias:
Seleção de fotos do camping Rio Novo, onde pegamos uma lua cheia fantástica e espetáculos do sol nascente e poente! Vai lá: Picasa

Cenas do próximo capítulo:
Alimentação! Se prepara... aaaaaaltos rangos!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - Parte 4 de 10: equipamentos

Se você leu a postagem "equipe" percebeu que o veículo e o GPS são muito mais do que equipamentos e mereceram um destaque especial. Mas como lá eu ressaltei os aspectos humanos, vou incluí-los aqui também.

Então vamos lá, o veículo. Todos os sites e guias que eu consultei enfatizam a necessidade de ter um veículo 4x4 para conhecer o Jalapão. O principal problema para carros baixos e/ou sem tração é a areia fofa, quase constante por lá. Isso não quer dizer que não dê pra passar... nós vimos Unos, Gols, Monza e muitos outros carros baixos circulando nas estradas de areia cor de laranja. Alguns circulando e alguns afundados até a porta! Por isso outra frase frequente na viagem foi: Será que eles precisam de ajuda?!



A minha humilde avaliação quanto ao uso de carros baixos e/ou sem tração é que 1) detona muito mais o carro, porque fica batendo no fundo (tem pedras e desníveis também) e forçando em situações para as quais esses carros não foram desenvolvidos; 2) se num carro alto e tracionado o motorista tem que ser BOM, em um carro baixo o motorista tem que ser MUITO BOM, porque senão fica mesmo, à espera de alguma boa alma que possa te tirar da encrenca; 3) vai ter pontos em que o carro simplesmente não passa e aí você vai precisar camelar debaixo do sol inclemente para chegar ao seu destino, como é o caso das Dunas, que sem um carro alto tem que andar quase 5 km pra chegar... na areia fofa!; por fim, 4) precisa ter a cuca fresca e tempo de sobra, porque VAI encalhar e aí não adianta xingar nem estressar... tem que esperar...

E mesmo tendo um carro alto, tracionado e um motorista MUITO BOM, nós ficamos na mão... foi por causa de um problema mecânico, algo na bomba injetora ou coisa que o valha. Não teve acordo e nem mecânico por lá que desse jeito. Acionamos o seguro e fomos resgatados para resolver o problema em Palmas. Isso nos custou a Cachoeira da Velha, que ficou pra próxima...


Pelo menos o carro quebrou no camping Rio Novo, um local agradabilíssimo, mas a 70 km de um sinal de celular (e nas estradas de lá isso significa duas horas pra ir e duas horas pra voltar...). Enfim, qualquer contratempo por lá significa pelo menos um dia pra resolver.

Fora isso a Dalva foi super guerreira e passou com graça e elegância pelos caminhos mais casca grossa!

Agora o Gepeto! Não é qualquer base de dados que tem as estradas e a localização dos pontos do Jalapão. O PC que cuidou disso e não sei os detalhes, mas se quiser saber, escreva aqui que a gente te manda os arquivos. Importante dizer que o Gepeto é "roots", à prova d´água e poeira. Não sei se um GPS "urbano" daria conta do recado...

E por falar em Gepeto, ele funciona com duas pilhas pequenas recarregáveis e como lá nem sempre se encontra pontos de energia elétrica, compramos um adaptador pro carro, que liga na saída de 12V e tem duas tomadas que suportam até 150W. Com isso dá pra carregar pilhas, baterias, iPod, ligar uma lâmpada e até notebook (que não foi o nosso caso, mas certamente será útil em situações futuras...).

Ainda no setor de navegação recomendo os Guias 4 Rodas, tanto o de estradas quanto o de cidades, foram bem úteis. Celulares, se possível de várias operadoras, pois cada hora é uma que pega (a Vivo, de forma geral pega bem). É bom ter também cordas de reboqueno carro. Nunca se sabe quando alguém vai precisar de ajuda...

Depois vem o setor camping, que tem uma listinha considerável:

Barraca
Colchão inflavel + bombas (levamos uma que funciona na saída 12V do carro e uma manual, dupla perfeita para o conforto do campista!)
Saco dormir e manta (não se iluda, faz frio! Principalmente na Chapada)
Lanterna e pilhas
Caixa térmica, a famosa "gelladeira"
Gelo permanente (levamos um da Coleman, mas acabamos usando pouco porque foi mais fácil comprar gelo do que deixá-lo em uma geladeira)
Fogareiros (levamos um a gás e um a álcool, o famoso Kit Montana, vale a pena conferir)
Panelas, pratos, talheres, copos
Tábua de cortar
Descascador de legumes, abridor de lata, saca rolhas
Coador de café
Garrafa térmica
Potes de plástico
Prendedores e corda pra fazer varal
Filme plástico, papel toalha
Fita crepe (pra fechar embalagens)
Fósforo
Vela
Sabão de coco
Bucha
Detergente
Banquinhos
Mesa dobrável
Panos de prato
Sacolas
Caixa plástica (aquelas grandes usadas em quitanda)
Rede (levamos quatro e não usamos... não deu tempo, hehe)
Violão (e alguém que toque, é claro, hehe)
iPod e caixinhas de som
Baralho
Papel higiênico e pá de jardim (kit banheiro do camping selvagem!)


Setor caminhada:
Mochila pequena
Cantil
Óculos escuros
Chapéu
Bota e/ou papete
Repelente (conheci dessa vez o Exposis Extrem. Dura 10h e repele até carrapato!)
Protetor solar (inclusive o labial)
Canga (uma graça ver os meninos com suas cangas! É um adereço multiuso utilíssimo, que serve não apenas para forrar o chão, mas para se secar, proteger do sol, do vento de fim de tarde, das mutucas...)

Setor cuidados pessoais:
Toalha de banho (testei a de microfibra da Decatlon e definitivamente não gostei. O PC levou uma da Quechua, marca da Decatlon mais voltada pra coisas de camping, e adorou)
Escova de unha/bucha (essas nós não levamos, mas sentimos uma falta danada. Dava medo de olhar as unhas!)
Pinça
Lixa de unha
Hidratante (meninos, não negligenciem o hidratante!)

Agasalho e roupa quentinha pra dormir
"Roupa para capitais" (nunca se sabe quando vocâ vai precisar entrar num shopping, catedral ou museu!)

Coisas que a gente leva torcendo pra não usar:
Capa de chuva (enquanto a gente ficou lá não caiu uma gota, mas sempre gosto de ter uma capinha)
Kit de primeiros socorros (o colírio foi muito útil, pois tem uns mosquitinhos enxeridos que entram no olho. No mais, coisas para cuidar de machucados e remedinhos pra febre, desarranjos, dor...)

Bem, você pode até achar exagero, mas a maioria dos itens foi muito bem usada. Claro que tem coisas que daria para tirar, mas se podemos facilitar e agregar mais conforto, pra que sofrer?! O limite foi o que caberia no carro. Isso porque o bagageiro não estava muito bom, então colocamos em cima só um sacão com coisas mais volumosas... para a próxima estamos pensando em adquirir uma carretinha... brincadeira =D

Fotografias:
Segue o link para a segunda parte das fotos, que inclui a chegada no Jalapão: Picasa

Cenas do próximo capítulo:
Hospedagem! Oito noites em acampamento e sete em pousadas/hotéis.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - Parte 3 de 10: roteiro


Destino final ok, Jalapão. Para incrementar, na volta, uma "passadinha" na Chapada, que não precisa desviar nada da rota. Agora faltavam os detalhes e pesquisando no Google Maps e no Guia 4 Rodas on line vi que um dos caminhos seria passando bem perto de Pirenópolis, um lugar que há bastante tempo eu queria conhecer.

Então resolvemos fazer a ida via Goiânia e Piri e a volta passando na Chapada e Brasília. A princípio parecia perfeito, mas as condições da BR 153 não estavam lá das melhores, além do tráfego intenso de caminhões, então depois de Piri resolvemos voltar um pouco e fazer o caminho via Brasília e Chapada também na ida.

Isso alterou um pouco o nosso cronograma, mas permitiu uma parada estratégica para almoçar em Alto Paraíso e tomar um banho nas Loquinhas, um complexo com vários poços de água cristalina, onde eu e o PC estivemos há um ano e meio. No inverno a quantidade de água diminui bastante, mas mesmo assim é muito lindo!

Dormimos já no Tocantins, em Arraias, e no dia seguinte continuamos rumo a Ponte Alta, o Portal do Jalapão. Chega-se em Ponte Alta por asfalto, se for por Porto Nacional, mas preferimos cortar caminho por Pindorama, encarando nosso primeiro trecho de terra, uns 140 km. Ar condicionado, som e comidinhas ajudam a amenizar o cansaço e um certo tédio de ficar tanto tempo no carro. Também sempre tem alguma parada estretégica para fotos ;)

Depois da estada no Jalapão o roteiro sofreu um pequeno desvio para Palmas, pois precisamos levar a Dalva para o "hospital" (felizmente esse foi o nosso único contratempo da viagem!). Foi no mínimo insólito sermos resgatados de guincho e táxi no meio do Jalapão! Falarei mais sobre o tópico "veículo"...

De Palmas fomos direto pra Cavalcante (GO), que tem o lado menos explorado da Chapada dos Veadeiros. Tínhamos a intenção de chegar até São Jorge, mas acabamos desistindo por causa do Encontro de Culturas, um mega evento que certamente deixou a cidade lotada e depois de tanto tempo no deserto não sei se seríamos assim tão, digamos, tolerantes...

A parada em Brasília não estava nos planos originais, mas foi ótima! Depois de lá paramos pra dormir em Uberlândia (na ida foi Uberaba, mas definitivamente não vale a pena!), mais alguns km e de volta a Itu.

Resumindo:
Itu - Uberaba - Pirenópolis - Arraias - Ponte Alta - Mateiros - Palmas - Cavalcante - Brasília - Uberlândia - Itu!

Rodamos ao todo 5.335 km e a estimativa é que passamos 85 hora a bordo! Ao saber disso não é de se espantar que algumas das frases mais repetidas na viagem foram:

Falta muito?! E agora?!
Deixa que agora eu vou no meio...
O que tem na copa?
Ligou o Gepeto? Cadê o guia?

E por falar em Gepeto e em guia, são instrumentos fundamentais durante uma viagem por terras desconhecidas. Mas a fase pré também é super importante, para pesquisar condições das estradas e relatos de quem já foi, juntando a maior quantidade possível de informações, inclusive pontos bons para paradas e pernoites. Teremos aqui capítulos específicos para Hospedagem e Alimentação ;)

Fotografias:
Como temos muuuuuuuuitas fotos e eu não estou mais de férias, vou divulgando aos poucos. Essa primeira seleção vai até Alto Paraíso e está em um álbum da nossa conta no Picasa.

Cenas do próximo capítulo:
Equipamentos! Tão importante quanto a definição e planejamento do roteiro é preparar bem a tralha!
(quarto da Ana)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - Parte 2 de 10: equipe

Dalva: Mitsubishi Pajero GLS-B Diesel 2800 4x4

Gepeto: GPSmap 60CSx Garmin

Noise!
Pablo: engenehrio de arrumação de bagagens e gringo de estimação
Carolina: co-pilota, navegadora e DJ
Ana Clara: chef
Carolina/Pri: assistente de copa e cozinha. Ah, a culpa foi dela!
Paulo Cesar/PC: Oh Captain, my Captain! Condutor e violeiro

Essa foi a nossa trupe. Cada um com suas habilidades, cada um com seus humores, todos felizes e bem dispostos! Eu e o PC já tínhamos vontade de conhecer o Jalapão e a chegada da Dalva foi um grande incentivo, mas tudo no plano das ideias. Até que a Pri me manda um e-mail sugerindo a viagem e os planos começaram a ficar mais concretos. A Ana é minha irmã e "brother" das aventuras, topou na hora! Pouco tempo depois o Pablo, então amigo só da Ana, se juntou a nós. O Gepeto foi o último a ficar pronto. Temperamental que é, brigou com o Windows Vista e quase que não conseguimos carregar os pontos. Mas depois ele foi tranquilo, só um pouco rabugento quando a gente não o obedecia, hehe.

Até hoje eu tive muita sorte com meus companheiros de viagem. Sorte?! Bem, não gosto muito dessa palavra - assim como não gosto de azar - porque acho que elas desmerecem/negligenciam tudo o que a pessoa fez pra obter o feito. Mas acabei usando a palavra sorte porque os grupos com os quais viajei sempre tiveram um quê de aleatório, de "acaso" (outra palavra que não gosto muito...).

Enfim, nunca fiquei planejando friamente quem convidar ou quais convites aceitar. Uma das conclusões que chego é que tenho amigos muito bacanas e que posso viajar tranquila com todos eles! Cada um no seu estilo, é claro (outra coisa importante é saber respeitar o estilo de cada um e/ou ser maleável e transitar feliz por diversos estilos...).

Mas falando de forma um pouco mais concreta, nessa viagem, que teve um toque de expedição, um dos cuidados foi completar a equipe com um representante masculino. Como eu já disse, a ideia começou com a Pri, depois veio a Ana e na busca pelo quinto passageiro foi importante pensar que não seria seguro nem saudável o PC ficar "sozinho" no meio de quatro mulheres!

Questões de igualdade de gêneros à parte, sertão é sertão e força física é força física. Felizmente não passamos por nenhuma situação tensa ou perigosa, mas o seguro morreu de velho. E, no fim das contas, o principal motivo é que o PC ia ficar doido com quatro tagarelas na orelha dele, rs...

E por mais "acaso" que tenha na formação da turma, o PC é meu companheiro há dez anos, a Ana é minha irmã há 28, a Pri amiga do coração há 12, com quem já morei junto e o Pablo, bem, ele eu não conhecia direito, mas seu lema é Gentileza gera gentileza. Teria como dar errado?! Claro que não! Sucesso absoluto!
Cenas do próximo capítulo:
Roteiro! O Jalapão foi o grande objetivo, mas teve muito mais!

domingo, 24 de julho de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - Parte 1 de 10: introdução

Fazia tempo que eu não ficava tanto tempo viajando... a última vez foi na lua de mel, mas o estilo foi bem diferente (embora nossa lua de mel tenha sido "adventure", foi uma lua de mel!).

Foram duas semanas intensas, que serão descritas em detalhes ao longo de dez capítulos de postagens aqui no Aralume, coisa inédita no blog e com estréia à altura. Minha ideia com todo esse relato é não apenas ajudar quem vai desbravar o Jalapão (TO) e a Chapada dos Veadeiros (GO), mas compartilhar um pouco dos nossos aprendizados, que serve para qualquer viagem de aventura, independente do roteiro.

Falar em "viagem de aventura" é até estranho, pois pra mim toda viagem é uma aventura. Não importa se você vai de avião ou jipe, se vai ficar num hotel estrelado ou num acampamento idem, se vai fazer sua comida ou prestigiar os chefs locais, se já foi antes ou se é a primeira vez, se está só ou acompanhado. O olhar do viajante deve ser atento e seus sentidos aguçados.

Vou falar mais pra frente das compras da viagem (sempre tem alguma coisa pra comprar, rs...), mas segue uma das minhas aquisições. Já escrevi sobre isso aqui no Aralume (Quem viu mais sabe mais) e essa é a minha grande justificativa pra viajar - se é que precisa de alguma!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cheiros

Ontem passei o dia em São Paulo, com direito a metrô lotaaaaaaaaado e pequenas caminhadas nos arredores da Av. Paulista. Logo que desci do metrô já me surpreendeu a quantidade de gente fumando na rua... deve ser por causa da lei que proíbe o fumo em áreas fechadas, aí vai todo mundo pra calçada. Argh!

O meu desconforto com relação ao cigarro não é só com relação à preocupação com minha saúde, para não aspirar fumaça tóxica, mas principalmente com relação ao cheiro da fumaça. De um tempo pra cá venho notando que meu olfato está cada vez mais aguçado e isso costuma ser mais uma desvantagem do que uma vantagem... é impressionante o incômodo que cheiros ruins me causam!

E não precisa ser só um cheiro "obviamente" ruim, como esgoto, lixo e CC, mas também os "intermediariamente" ruins, como cigarro e comida (coloquei esses na categoria de intermediários porque tem muita gente que gosta, se não não fumava, né?! E quanto à comida, claro que muitas comidas me causam deleite com seus aromas, mas tem algumas que realmente me embrulham o estômago, enquanto tem alguém lambendo os beiços!) e tem os que normalmente não são ruins (ou não deveriam ser), como os perfumes. Ai, que tormento são os cheiros de perfume!!! E o pior é que eles ficam impregnados em mim se tenho um contato minimamente próximo com a pessoa, como um abraço.

Em tempo: não, não estou grávida e fico absolutamente apavorada de pensar que, se um dia eu ficar, essa sensibilidade provavelmente vai ficar exacerbada! Vou ter que andar com máscara, rs...

Eu adoro os sentidos de percepção, eles são uma fonte incrível de prazer e também mecanismos importantes de segurança para o corpo. Mas o olfato... ah, como eu queria poder "desligá-lo" de vez em quando!

Então pra tirar essa "inhaca" vou falar de alguns cheiros muito bons, aí quem sabe meu cérebro fique mais contentinho! Que tal um cheiro de fruta madura? Uma manga!!! E o cheiro da terra molhada, logo depois da chuva? Nem precisa ser um cheiro "natureba", eu adoro o cheiro do meu fusquinha! :) Também pode ser um cheiro "elitizado", como de um carro com bancos de couro, ou do perfume de bacana que o Paulo Cesar usou no nosso primeiro encontro e que, cada vez que ele usa, me proporciona uma deliciosa viagem no tempo!

Cheiro de casa limpa, cheiro de roupa lavada. Sabonete de lavanda. E o cheirinho do Pajé, então?! Ah, que cãozinho mais cheiroso!

Bem, pode ser que você não suporte alguns dos cheiros que eu mencionei e aí chegamos ao ponto da questão: gosto é gosto! Como diz o ditado: quem ama o feio, bonito lhe parece... e eu digo: quem ama o fedido, cheiroso lhe parece!