quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - Parte 5 de 10: hospedagem


A ideia inicial era priorizar o camping selvagem, que é acampar em locais que não são campings "oficiais", como do lado de um rio. A grande desvantagem de fazer isso é segurança, pois os paranoicos paulistas não deixariam o acampamento "largado" pra ficar o dia todo fora fazendo um passeio. A solução seria montar e desmontar o acampamento todo dia, coisa que logo se mostrou cansativa e demorada. Como disse a Ana: "eu não tenho mais coluna pra ficar armando e desarmando barraca todo dia!". O fato é que a gente é um bando de tiozão bunda mole, que gosta de colchão inflável e outros confortos que dificultam o nomadismo.

E tem também os imprevistos. O nosso desvio de rota da ida acrescentou um pernoite em pousada, pois não conseguimos chegar em Ponte Alta na data prevista. O nosso "passeio" em Palmas também acrescentou um pernoite em hotel, porque não deixariam a gente acampar na "segunda maior praça do mundo". E por fim, na parada em Brasília a Dilma não autorizou um camping selvagem no jardim do Palácio do Planalto... uma pena!

Veja como ficou a nossa configuração de dormidas:

Uberaba: Hotel Albatroz - foi a nossa salvação, pois a cidade estava lo-ta-da, por conta de um vestibular (?!) e do show do Alexandre Pires (?!?!). Não recomendo, foi realmente um caso de emergência.

Pirenópolis: Pousada Dona Geni - ma-ra-vi-lho-sa! Depois de vasculhar sites, guias e GPS, ao entrar na cidade nos deparamos com a simpática casa azul e branca e foi por lá mesmo que ficamos! Ótima localização no centro hostórico e tarifas honestas. Ficamos duas noites, mas Piri merece mais!

Arraias: Pousada Boi Carreiro - assim como na parada de Uberaba também foi a nossa salvação, pois estávamos correndo o risco de ter que acampar na beira da estrada ou dormir dentro da Dalva, já que Campos Belos, a "metrópole" da região, também estava lotada, por conta de uma feira agropecuária... é, em Goiás as cidades também lotam! Mas essa foi uma salvação de verdade! O proprietário, Sr. Antonio, foi muito bacana e as instalações surpreenderam (lembre-se que aqui tínhamos acabado de entrar no Tocantins...), por um preço justo. Ah, também é restaurante.

Ponte Alta: camping selvagem - finalmente! Demorou pra achar "um cantinho", mas foi incrível! Fica na altura da cachoeira da Sussuapara, só que do outro lado da estrada, ao lado de um riozinho e com "amplos toiletes" :) Tem um morador perto, com quem conversamos antes e depois demos uma gorgeta, mas do "camping" nem dava pra ver a casa dele, tem uma florestinha no meio.

Mateiros: camping Rio Novo - lugar idílico! Fica a 100 km de Ponte Alta e a 70 km de Mateiros, super bem sinalizado, tem um monte de placas na estrada. No meio do nada, mas na beira do Rio Novo, com umas prainhas deliciosas, banheiros (o feminino com espelho e ducha higiênica!), chuveiros (frios, é claro), cozinha com mesa e pia. Claro que tudo extremamente rústico, mas dá pra sentir um cuidado, um carinho na organização das coisas (a duchinha do banheiro é uma improvisação com mangueira de jardim, muito legal). Tem iluminação das 18h às 21h, por gerador. Mais uma vez fomos recebido por um simpático Sr. Antonio e sua mulher Milma. O S. Antonio "apaixonou" pelo PC e era um tal de "Paulinho" pra lá, "Paulinho" pra cá, uma graça! No último dia eu falei que por mim ficava lá com eles e ele disse: "fica, nóis cria ocê facinho!". Foi aí que a Dalva quebrou e acabamos ficando 4 noites. Por mim ficaria mais... vou pensar na proposta do S. Antonio, hehe.

Palmas: Hotel Estrela - pelo mesmo preço do hotel que ficamos em Uberaba tivemos quartos arejados, banheiros impecáveis e um café da manhã de tirar o chapéu!

Cavalcante: camping Canto do Brasil - as histórias de camping são as melhores, parece que não tem muita graça falar de hotel! A ideia em Cavalcante era ir para o camping Veredas, que foi onde eu e o PC ficamos da outra vez que fomos à Chapada. Mas lá não tem energia elétrica e nós chegamos à noite, um friozinho... eu só conseguia pensar em um chuveiro quente. Mais uma vez a mentalização virou realidade (to ficando boa nisso!) e lá tinha um banheiro que eu nunca tinha visto em campig! Pia com bancada, prateleiras, cabides, um luxo! Outra vantagem é que fica do lado da cidade e dá pra ir à pé. Os donos também são muito bacanas, o Fernando e a Beatriz. O Fernando toca carron e rolou uma dupla com o PC. Na primeira noite foi um sossego, só nós e a lua cheia... já na segunda... meia noite e pouco, a gente no décimo quinto sono e acordo com um som de carro e vozes histéricas com sotaque carioca. A maior algazarra! Dava a impressão que eram umas 15 adolescentes viajando sem a mãe pela primeira vez (no dia seguinte vimos que eram só quatro). Eu, completamente sonolenta, estava pensando que atitude tomar, até que escuto um sonoso "Schiiiiiiuuuuuu", ao qual logo respondem: "Ai, eu não sabia que tinha génte durrrrrrrrrmindo". É mole?! A terceira e última noite foi surpreendentemente tranquila, hehe. Nesse camping tem uma boa estrutura de cozinha, com fogão e tudo. Com um pouquinho de cara de pau e sem exageros dá pra pedir pra deixar alguma coisa na geladeira do Fernando ;)

Brasília: Hotel Aristus - o mais caro da viagem, claro, afinal Brasília é Brasília! Mas valeu a pena!

Uberlândia: Hotel Sara - por um preço menor que o hotel de Uberaba, mais um quarto confortável, banheiro impecável e café da manhã excelente!

(os preços virão em uma postagem especial sobre o assunto)

Essa foi a nossa saga. Adoro a vida campista, mas também não dispenso um azulejo... se tiver um tapetinho no banheiro então, vixe, me conquista na hora! Mas o camping tem uma coisa que eu realmente adoro, que é aquele momento do xixi da madrugada, quando a gente sai da barraca, tudo quieto em volta, o céu estupidamente estrelado... pra alguns pode parecer um extremo desconforto, mas eu adoro... me sinto tão perto da natureza, me sinto tão "em casa"!

Papo de meninas:
Ficar menstruada num acampamento pode não ser das coisas mais confortáveis, mas não se desespere, dá pra sobreviver! Eu, sortuda que sou, fui escolher logo o dia do camping selvagem pra começar o ciclo :S Haja OB super e absorvente noturno (o xixizinho da madrugada eu curto, mas trocar absorvente no escuro e no meio do mato ninguém merece!). O bom do OB é que ele é biodegradável, então pode enterrar e não precisa ficar andando com "lixo radioativo" (deixar absorvente em acampamento selvagem está fora de cogitação, ok?!).

Fotografias:
Seleção de fotos do camping Rio Novo, onde pegamos uma lua cheia fantástica e espetáculos do sol nascente e poente! Vai lá: Picasa

Cenas do próximo capítulo:
Alimentação! Se prepara... aaaaaaltos rangos!

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