segunda-feira, 13 de setembro de 2010

As florestas das sequóias - Por João Batista

É com muita felicidade que retomo a ideia de ter postagens de colaboradores aqui no Aralume! Pra quem não sabe do que se trata, leia o artigo "Terceira temporada". Apesar do projeto não ter emplacado muito, já contamos com colaboradores ilustres como a minha irmã Ana Clara, o meu ídolo Chico Buarque (?!), meu marido Paulo Cesar e minha amiga e cunhada Carolina Mendes.

A postagem dessa semana surgiu de um e-mail que recebi, comentando a postagem da semana passada... mas esse e-mail veio de uma pessoa tão especial, o texto é tão lindo e tem informações que eu queria muito compartilhar, que na hora pensei: vai entrar como postagem! Aí foi só pedir um "Como conheci a Carolina" e pronto, estava criada a postagem! Ah, vale lembrar que eu primeiro escrevo o "Como conheci", para depois ler a versão do convidado... acaba ficando uma brincadeira interessante!

Como conheci o João
Eu "conheci" o João em diversos momentos... o primeiro deles foi, provavelmente, na primeira aula do curso de Engenharia Florestal, quando conhecemos alguns dos professores... acho que ele estava lá. A segunda vez foi na primeira aula da matéria de Bioestatística, que ele foi fazer uma "participação especial", tentando mostrar pra gente que aquilo tudo nos seria importante um dia, rs... Depois veio o momento que iniciou um contato mais longo, durante a disciplina de Mensuração Florestal (na época chamava Dendrometria), que ele é o professor responsável. Mesmo estando em um curso de engenharia, as matérias exatas sempre causaram certo frio na barriga nos alunos, mas não era muito o meu caso, pois sempre gostei de números. Lembro da parábola do elefante, que o João costumava usar (não sei se ainda usa) em suas aulas inaugurais: não adianta querer comer um elefante inteiro, de uma vez... divida em pedaços e vá comendo e digerindo aos poucos... acho que tinha mais coisa... mas até que dei conta do elefante! Tanto que mais tarde eu viria a ter o João como meu orientador no mestrado, e foi aí que tivemos um contato mais próximo; foi aí que a admiração que eu já sentia por ele ficou ainda maior. Quem é leitor assíduo do Aralume já sabe e por isso não vou me estender mais nas apresentações! (leia mais sobre essa história aqui).

Como conheci a Carolina
A primeira vez que nos encontramos foi como professor e aluna. Foi na disciplina de Mensuração Florestal que eu leciono para o terceiro ano de Engenharia Florestal. Mas esse contato foi bastante "formal" e de um relacionamento relativamente "distante". Afinal, eram mais de quarenta alunos na turma.

A segunda vez, também foi como professor e aluna, mas dessa vez num contato mais próximo. A Carolina resolveu fazer mestrado, num "tema quantitativo" e o Ricardo Rodrigues, que ela havia escolhido como orientador, me sugeriu como CO-orientador. Bem!. . . Eu forcei a barra para que eu fosse o orientador!! O tema me interessava muito e eu temia que apenas como co-orientador não tivesse autoridade para levar a Carolina a se desenvolver nas técnicas e ferramentas quantitativas necessárias ao tema. Eu tinha uma boa impressão dela como aluna, e o Ricardo confirmou que ela era uma pessoa excelente de trabalhar.

Não me arrependo de ter "forçado a barra". Como orientador trabalhamos de forma muito próxima e tive a oportunidade de conhecê-la melhor. A "boa impressão como aluna" se
desenvolveu inicialmente numa verdadeira admiração como profissional e, depois, admiração como pessoa. Surgiu, então, essa amizade que eu prezo tanto e que permanece, mesmo que hoje nos encontremos tão pouco.

E ... Ah! Sim! A dissertação de mestrado da Carolina foi excelente! Superou as minhas expectativas e as do Ricardo Rodrigues que ficou como co-orientador.

As florestas de sequóias
(como essa postagem veio de um e-mail, o título fui eu que dei e abaixo segue o tal e-mail, na íntegra - grifos meus)

De: Joao Luis Ferreira Batista
Data: 10 de setembro de 2010 16:36
Assunto: Re: Simplicidade de Engenheiro
Para: Carolina Mathias Moreira

Oi Carol,

Puxa! Dando uma "faxina" nos meus emails descobri que não tinha respondido esse seu email. No dia-a-dia, com frequência eu "deixo para depois" emails que não são de trabalho e acabo por me esquecer. Peço desculpas!

Mas agora eu entrei no Aralume e gostei da sua última mensagem de 07 de setembro. As sequóias são impressionantes de fato. Não sei se você sabe mas há duas espécies de sequoia no norte da California. A Sequoia sempervirens é geralmente mais grossa, mas um pouco mais baixa. São elas que os Norte-americanos chamam de sequoia e um lugar lindo para vê-las é o Sequoia National Parque. A Sequoia gigantea é geralmente menos grossa mas atinge as maiores
alturas e fica geralmente em florestas bem próximas ao mar. Os Norte-americanos a chamam de "redwood" e eles tem um lindo parque junto ao mar que chama Redwood National Park. Nesse parque eu caminhei numa das trilhas mais lindas que eu já vi.

Abaixo das sequoias existe um sub-bosque luxuriante, com muitas samambaias e arbustos altos de rododendron, que estavam cobertos de suas flores cor-de-rosa. Era o meio do verão (agosto), mas a temperatura era agradável e dava para sentir a brisa com cheiro de mar no meio da floresta. De reqpente, a neblina marinha tomava a floresta e a luz do sol penetrava a floresta em raios filtrados pelo verde das sequóias. Só eu e a Débora caminhando. Parecia que estávamos num conto de fadas!! Nós simplesmente não falávamos, estávamos maravilhados! Uma das experiências mais maravilhosas que tive!

Não se deixe levar pelos nossos preconceitos da "terra do Tio Sam". Os Norte-americanos são gente boa e vale a pena visitar o país deles, principalmente se você quiser conhecer a Natureza! A infraestrutura para visitar os parques é fantástica.

Abraços,

João Luís


Esses são o João, a Débora e sua filhota Michelle, no nosso casamento.

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