quarta-feira, 6 de outubro de 2021

paquera, fidelidade, aventura, maturidade

Se você ainda não sabe, vou te contar: existe uma lenda (na verdade está mais pra uma história pra boi dormir, porque lenda é coisa séria. Mas essa história pegou de um jeito que algo de sério ela tem...), enfim, a história diz que quando a gente encontra "o amor da nossa vida" esse amor nos basta, nos preenche de um jeito, que não precisamos de mais nada. NADA. Nada nem ninguém. Nossa vida agora está completa (algumas versões incluem filhos, outras incluem pets... só piora). E ainda tem a pachorra de dizer que "se não tem esse sentimento de plenitude, então não é amor... siga buscando que um dia, com sorte, você encontra".

MEN-TI-RA. 

Porcaria de história infeliz que só gera infelicidade. Pelo simples fato de que é mentira, de que não é assim que a biologia, a fisiologia, a psicologia humana funcionam. Se você pooooooor acaaaaaaaso afirma que encontrou seu amor e que esse amor te basta e te preenche, ok, acredito. Só saiba que você é uma minoria bem minoria (e se a/s pessoa/s parceira/s também afirma/m isso, mais minoria ainda), e isso não reflete uma grande sorte ou um grande azar. É só um fato. E algo que caracteriza a vida humana (eu diria a vida de forma geral) é a diversidade, então é aquilo... tem de tudo! Mas existem tendências gerais, que nos ajudam a entender comportamentos gerais. ALERTA: o caldo entorna quando a gente acha que "comportamento geral" é regra e quer aplicar isso pra TODOMUNDO, e se por acaso eu ou alguém não se enquadra no tal "comportamento geral" é porque tem alguma coisa errada. Aff... não tem nada .NADA. errado com quem tem comportamentos não-gerais, isso é só um reflexo da diversidade, diversidade esta que é característica básica da nossa espécie e da vida.

Todo esse preâmbulo pra dizer que pessoas em relacionamentos de casal, em geral, também precisam de paquera, flerte, aventura, frio na barriga. Enquanto comportamento geral, é assim que a banda toca. Estudos comprovam. Isso não é desvio de caráter. Isso é super natural, inclusive. E onde fica a fidelidade nessa história? Onde ficam os tais dos compromissos que estabelecemos uns com os outros quando formamos um casal? Conversemos sobre isso! Conversemos com nossos cônjuges, conversemos com amigas e amigos, com terapeutas, com o motorista do Uber, com a faxineira, com pessoas de outras gerações.

Como lidar com maturidade com a tensão entre as necessidades simultâneas de segurança e aventura?

Buscamos segurança e formamos casais, famílias, matrimônios e patrimônios.

Buscamos aventura e colocamos isso tudo a perder. É isso?! Não!

Não precisa ser assim.

Segurança não é aprisionar-se

Aventura não é quebrar a cara

Bora largar mão desse moralismo anti-vida. Desse medo de perder que faz com que a gente construa muros e cercas elétricas e continue vivendo com medo dentro das nossas fortalezas ilusórias. Desse medo de ir que faz com que a gente deixe de florescer e viva na apatia.

Paquera não é assédio

Paquera é elogio, é carinho na autoestima, é se nutrir de um olhar, é fantasiar com o "e se?!"

E os limites? Onde ficam os limites? Lidemos com isso

E os outros? O que os outros vão pensar? Lidemos com isso

Com maturidade, com verdade, com autenticidade

Porque sim, eu paquero e gosto de ser paquerada. Ficadica!



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