quarta-feira, 30 de março de 2011

O que acontece depois da morte?

Para quem vai, não faço a menor ideia. Mas para quem fica tenho algumas poucas e importantes experiências. Fica um vazio enorme. Um vácuo.

No meu caso, uma boa dose de indignação também. Sou meio revoltada mesmo e pra minha personalidade é impossível não gritar um sonoro POR QUÊ?!?! que fica ecoando sem resposta. Na verdade eu não quero uma resposta porque, como diz o ditado, pra tudo dá-se um jeito, menos para a morte. Então se não tem jeito, nem me venha com explicações, por mais que a criança briguenta dentro de mim as peça.

O que dói fundo é a certeza de que eu NUNCA MAIS vou poder ver aquela pessoa (foto não vale), NUNCA MAIS vou poder conversar com ela, NUNCA MAIS vou sentir o seu abraço. Talvez a religião ajude a confortar essa sensação maluca, com promessas de um reencontro no infinito. Mas não me convence. Por incrível que pareça, uma brincadeira boba me traz um pouco de acalento: começo a imaginar o grupinho de entes queridos que se foram. Vejo eles conversando, se conhecendo. Minhas avós (e mesmo os meus avôs, que nem conheci), meus cachorros, meu primeiro namorado e agora o Dr. Edison. Deve estar uma festa "lá em cima", rs... de vez em quando eu coloco a Elis Regina junto com eles também =D

Na mesma linha dessa brincadeira, às vezes consigo imaginar o dia em que eu chegaria lá e encontraria todo mundo de novo. Mas meu racional não me deixa ir muito longe com isso. Mesmo porque eu quero que minha estada na Terra seja longa e feliz, então não posso deixar a vontade de revê-los ficar muito em mim.

Brincadeiras à parte, se tem algo que me conforta mesmo nessas situações é a certeza de não ter desperdiçado um segundo sequer. Nas duas grandes perdas que tive até hoje (se quiser conhecer a outra leia a postagem Drão) é essa certeza que protege meu coração contra a corrosão do "nunca mais".

No meio de toda essa tristeza, desse vazio, eu olho para trás e identifico cada momento em que estive junto da pessoa. Nada escapou. Não perdi nenhuma chance de dizer o quanto essa pessoa era importante e especial para mim. Não desperdicei nenhuma oportunidade de estarmos juntos.

Teria sim, é claro, muito mais a ser dito, muito mais a ser ouvido, mas só se houvesse mais tempo.

O que vem após a morte é a renovação. Um pedaço do meu mundo morreu há uma semana. Um pedaço tão importante que quase não me imagino sem ele. Mas não tem como né? Então todo o meu mundo se refaz, se renova, impulsionado à uma evolução involuntária. O mais encantador é que não faço a menor ideia de como ficará esse novo mundo, muitas surpresas aparecem e são sempre boas! A cada dia tenho mais certeza de que TODA mudança na minha vida é para melhor, por mais que eu não consiga enxergar isso na hora, por mais que o movimento seja tão dolorido às vezes (poucas vezes, felizmente).

É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte.

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