Um amigo xamã me disse que na visão dos povos indígenas que ele estuda, a Primavera é o tempo do Guerreiro. É tempo de fazer o que precisa ser feito, é tempo de novos começos, de desbravar, de parar de inventar desculpas, se encher de coragem e ir à luta.
Venho então refletindo sobre as minhas batalhas, as que já lutei, as que venho lutando e as que se anunciam no horizonte.
E hoje me veio uma percepção... as batalhas não precisam necessariamente ser "épicas". Quero dizer, épicas aos olhos dos outros. Quantas batalhas internas você já não travou? Quantas derrotas e quantas vitórias que ninguém nem ficou sabendo, ou no máximo aqueles com quem você convive muito, muito de perto.
Às vezes fico com a sensação de que pra uma vitória ser legitimada, ela precisa ser vivida num palco - ou numa arena. Fica essa impressão de que, "se a galera não viu, não existiu"... ou, pior: não valeu. Penso nessa cultura de cada vez mais exposição, a "sociedade do espetáculo", essa vida de rede social, e vejo que por mais que muitas vezes eu me afirme "superior a isso tudo", tem algo que permeia, de forma quase que imperceptível, meus pensamentos e sentimentos. Eu hein...
Junto com essa percepção das batalhas internas, veio outra interessante também... que muitas vezes a grande batalha é justamente evitar a batalha (!). Algo assim: se minha vida vem se desenrolando sem grandes sobressaltos, é possível que eu esteja fazendo de fato um ótimo trabalho, e não "acomodada na minha zona de conforto", como muitas vezes essa tal "sociedade do espetáculo" nos acusa.
E aí, como saber?! Como saber se você está acomodado, fugindo à luta, ou lutando bravamente, mesmo que de forma silenciosa e invisível, para ser fiel à sua essência e ao que VOCÊ acredita ser o certo a fazer - ou NÃO fazer?
Conhecendo-se!
E conhecendo também histórias de outras pessoas... cultivando a tal da empatia, gerando acervos de experiências, mesmo que seja através de livros, séries, filmes, podcasts.
Não existe receita, não existe "caminho certo" a não ser aquele que é só seu. E só você para descobri-lo, passo a passo.
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Na foto, em 2012, na Turquia, numa viagem com minha mãe e minha irmã, com Joaquim na barriga e sem ninguém mais saber... a minha melhor definição de "batalha interna", rs... eu, na plateia (vazia), o palco em obras, não há nenhum espetáculo para ver... a não ser o que acontece dentro de mim. Essa "legenda" só apareceu depois que escrevi o texto. Escolhi essa foto antes de escrever, porque me deparei com ela ontem, por motivos outros, e queria apenas uma foto bonita e especial pra ilustrar (!)
Lindo!
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