segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tempo traz sabedoria?

Semana passada eu fiz mais uma das visitas (quase) mensais que faço ao meu dentista. Estou desde o começo do ano em um tratamento de biocibernética bucal (?!). Não vou me atrever a explicar o que é, pois certamente confundiria mais do que esclareceria... mesmo porque eu não sei se todos os dentistas biocibernéticos são como "o meu". Não sei se sua abordagem do ser humano é condição para o exercício dessa prática, ou se é uma coisa dele mesmo.

O fato é que nunca vou me esquecer da primeira vez que estive lá. Saí num misto de choque com euforia. Choque porque em poucas horas (a primeira consulta durou quase três horas) o meu universo se ampliou tanto, de uma forma até assustadora. E euforia porque, finalmente, eu havia encontrado alguém com a capacidade de me mostrar "luz no fim do túnel" para o caos civilizatório que estamos vivendo. Sim, tudo isso porque eu estava descontente com o alinhamento da minha arcada dentária inferior!

Desde então venho experimentando aquela sensação de "nó na garganta" com uma leve vontade de chorar, toda vez que o vejo, ou para ser mais precisa, toda vez que o ouço falar. Não vou entrar aqui em detalhes, mas caso você tenha algo a "consertar" na sua saúde (e quando falo saúde me refiro a todas as esferas...), me fale que eu os coloco em contato. Com uma consulta você já vai poder sentir se "é a sua" e, no mínimo, você terá conhecido uma pessoa incrível, com uma sabdoria que quem viveu muito bem seus setenta e tantos anos.

E por falar em anos vividos e em sabedoria, um dos aprendizados que tive nessa última conversa foi o de que devemos prestar mais atenção aos anos vividos de cada um. O simples passar do tempo não traz sabedoria, mas quem viveu mais, viu mais, sentiu mais, fez mais (mesmo que o "fazer" não seja tão explícito em termos de realização). Se você tem que lidar com uma pessoa mais jovem, lembre-se que você já passou pela fase de vida na qual ela se encontra, mas ela não passou por todas as outras que vem depois, até chegar na sua. É você que precisa entendê-la e não o contrário! Isso tem um valor muito importante ao lidar com crianças... é o adulto que precisa entender a criança, e não a criança que precisa entender o adulto! Não é demais?! Eu nunca tinha parado pra pensar nisso...

Agora fazendo uma interpretação minha: quando a gente tem que lidar com subordinados no trabalho, mesmo que o nosso tempo vivido seja menor que o deles, acho que conta muito aí a experiência no trabalho em si. Se sou colocada numa posição de comando é porque alguma característica minha foi identificada para tanto, logo, eu que sou "a mais vivida" e, portanto, eu que preciso entender meus funcionários. Lembrei agora do livro "O monge e o executivo", que fala de liderança. Não cheguei e lê-lo todo, mas a ideia é de que um bom líder sabe identificar e suprir as necessidades dos liderados.

Frequentemente as pessoas se queixam de ser incompreendidas. Talvez justamente porque não haja um esforço coletivo em compreender o outro. Ouvir, observar, retribuir.

Ah, meus dentes? Vão muito bem, assim como todo o "resto"! =D

4 comentários:

  1. Muito bom, Cá!
    Vamos prestar mais atenção...

    Ah! Quando vi o título da postagem lembrei da Carrie! Tem um episódio que a reflexão dela é "Are we getting wiser or just older?"
    Fiquei com isso na cabeça quando assisti e um certo medo de estar "getting just older", mas acho que não, né? hehe

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  2. Ana, acho que só o fato de se fazer essa pergunta já é um indicativo de que estamos ficando "wiser" ;)

    Beijo e obrigada!

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  3. Legal suas sacadas, Carolina. Me lembrou uma frase que diz que "o professor não é aquele que sabe mais; é aquele que sabe antes".
    Bjs

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  4. Boa noite, você diz que está em tratamento com a técnica Biocibernética. Estou há 1 mês me tratando e confesso que estou com receios. Quanto a sua arcada, dentes, eles estao alinhados?

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