terça-feira, 8 de setembro de 2009

Profissionalismo, tradição e tecnologia

Estava eu nos afazeres computacionais cotidianos, quando um amigo que eu não conversava há muito tempo me chamou no msn. Ele é músico e está no Japão divulgando seu trabalho.

Quando eu perguntei como estava por lá ele me respondeu que está adorando e que os nipônicos sabem reconhecer e dar o merecido respeito a um artista, muito diferente do que infelizmente acontece no Brasil, pois nós estamos habituados a tratar como "artistas" qualquer celebridade instantânea, faça ela arte ou não. E aos verdadeiros artistas muitas vezes resta o anonimato. O problema não é o anonimato em si, mas a falta de espaço, de divulgação, de reconhecimento e, é claro, de grana, patrocínios e parcerias para impulsionar a carreira.

Mas ele resumiu muito bem o que define a cultura lá do outro lado do mundo, e que faz essa diferença no tratamento dos artistas: eles tem profissionalismo, tradição e tecnologia! Poxa, com essas três caracterísiticas realmente qualquer cenário fica ideal. Eu ainda trocaria a "tradição" por "cultura", já que "tradição" pode assumir um lado meio careta, e no contexto que ele quis dizer, "cultura" se encaixa perfeitamente.

Percebi que intuitivamente eu já venho buscando incorporar esses valores na minha vida, mas nada como definir e colocar claramente em palavras. Artistas ou não, quem não se beneficia de levar a vida com profissionalismo (inclua aí o conceito de ética), cultura (que certamente abrange educação, estudo e "open mind") e tecnologia (não estou falando simplesmente de iPhone, mas das tecnologias muitas vezes simples, que melhoram as nossas vidas; das grandes sacadas, que levam em conta todas as partes do processo)?

E cabe bem nessa conversa o vídeo "A história das coisas" (http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E). Assista. São 20 minutos que vão abrir sua cabeça e expandir seus pontos de vista. O vídeo é americano e toma como exemplo essa sociedade, mas vale lembrar que apesar de estarmos no terceiro mundo - ou país em desenvolvimento, como queiram - a desigualdade social do Brasil pode nos colocar (esse nos refere-se a eu e você) em um patamar muito próximo ao dos nossos companheiros ianques. Eu tenho consciência de que faço parte de uma elite (e olha que nem tenho casa própria!), e provavelmente você também faz... think about...

Ah, sim, o meu amigo músico é o Julian Tirado, grande violonista, compositor e arranjador. Conheça um pouco do seu trabalho em www.myspace.com/juliantirado

Um comentário:

  1. Ca, um dia descendo a serra das Araras, há bons anos atrás, tive esse insight: o grande lance, a saída pro beco a que chegamos, o rumo certo pra humanidade é esse: fazer um balanço e juntar o bom do índio com o bom da modernidade! Mesmo não sendo nada simples, continuo acreditando que é por aí, pra história fazer sentido!...
    Beijo, parabéns pelo blog, continuo super sua fã!

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