terça-feira, 29 de setembro de 2009

Compostagem em casa



O lixo orgânico representa cerca de 60% do volume do lixo urbano doméstico. Esse mesmo material é responsável por grande parte da poluição causada pelos aterros sanitários, pois nessas situações é decomposto por processo anaeróbico, tornando-se tóxico. Mas esse mesmo material, se decomposto por processo aeróbico, pode virar um ótimo adubo!

Acho que esses motivos já são suficientes para você olhar com outros olhos o seu lixo orgânico, que nada mais é do que os restos de alimentos, como cascas (de frutas, de ovos...), talos, folhas e restos de comida, desde que não contenha carne. Filtro de café, guardanapos e alguns papeis também entram nessa categoria, menos os que contenham tinta ou películas plásticas e metalizadas.

Mas para fazer lixo virar adubo - e mais do que isso, para dar sua contribuição para a diminuição do volume de lixo urbano - é preciso um pouco de técnica e certa disciplina. Mas nada que uma pessoa comum, que trabalha fora, cuida da casa, passeia com cachorro e até mesmo, em alguns casos, cuida de criança, não possa fazer! Então, mãos à obra: você vai precisar de caixas plásticas (a quantidade vai depender do volume de lixo gerado), uma pazinha de jardim, um pouco de material seco (grama cortada, serragem...) e um cantinho onde não chova.

O grande segredo é fazer o processo acontecer de forma aeróbica, ou seja, com atuação do ar e para conseguir isso é preciso revolver o composto (vamos parar de usar a palavra "lixo", porque agora o que era lixo virou matéria prima), todo dia! É simples, na hora que você for jogar os resíduos do dia, dê uma boa remexida em tudo. As caixas plásticas que são "vazadas" também ajudam nessa aeração. Quando você mexe, cai um pouco dos lados, mas depois é só pegar com a pazinha e jogar dentro de novo. Por isso também é importante que o composto fique ao abrigo da chuva, pois se ele encharca, não há lugar para o oxigênio e aí, adeus processo aeróbico...

É bom também que a caixa fique um pouco inclinada e perto de um ralo, para que os líquidos possam escorrer. Não, não precisa ficar com nojo; lembre-se que você está fazendo uma compostagem aeróbica, e isso te garante total ausência de mau cheiro e de bichos. Mas lembre-se de manter o composto coberto com o material seco. Toda vez que colocar os resíduos diários e remexer o composto, cubra com material seco. Grama é o ideal, mas serragem também serve, só que demora mais para decompor. Até papel seco pode ser usado. Pra você ter uma ideia, a composteira de casa fica debaixo da janela do meu quarto! E nada de mau cheiro, é claro.

Quando a caixa estiver cheia (lembre-se que deve haver espaço para que você possa revolver o composto), é hora de iniciar o processo em outra. Mas não se esqueça de remexer a primeira caixa também! É muito legal ver a transformação dos resíduos em um material escuro, com cheiro de terra. Quando você não conseguir mais distinguir o que era cenoura do que era banana, pronto, você tem um belo adubo! Isso leva mais ou menos dois meses.

Se você quiser um processo mais rápido, pode pedir ajuda às minhocas! Existem kits prontos e super práticos, como o "Minhocasa" (http://www.minhocasa.com/), mas com alguma habilidade e um punhado de minhocas, você mesmo faz o seu.

Pra finalizar, fica a recomendação do Ecoprático, programa da TV Cultura que traz soluções reias e práticas para as moradas urbanas. O programa vai ao ar aos domingos (21h) e às quartas (19h30), mas é possível ver os episódios no site (http://www.ecopratico.com.br/), é muito legal!

Um comentário:

  1. Cá, eu estava pra te pedir exatamente essas explicações. Vou começar o mais rápido possível! E espalhar o blog. Valeu!

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