quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Convite

Quando começamos a pensar no tema do casamento, o convite foi uma das primeiras idéias, nesse formato de livrinho de cordel, e ficamos muito felizes com a "obra" realizada, tal e qual nós a imaginamos.

Foi um trabalho quase que totalmente artesanal, por isso o pequeno atraso na entrega. Esperamos que vocês compreendam, e que o efeito final tenha compensado a espera. O projeto total, da criação à finalização, levou quase quatro meses (!).

Os "envelopes" foram criados e confeccionados pela Ana Clara, um a um. Encomenda papel, compra chita, corta fita, cola imã, recorta, cola, faz adesivo (dos nomes), faltou um, faz de novo, o nome está errado, volta no Brás fazer adesivo, ufa!

A capa do cordel foi feita pelo Alfredo del Santo, um grande amigo dos pais da noiva, que foi professor deles na Faculdade Belas Artes. Estavam meio sem contato já há muito tempo, que foi retomado agora, especialmente para que ele fizesse a gravura da capa. Tudo como imaginado, aí está a gravura, com os noivos, as árvores, a lua cheia, e os "totós" - como diz o Alfredo.

O texto do cordel teve contribuições do pai da noiva e da própria, mas foi a Cris, mãe da noiva, que "assumiu" a empreitada e deu asas à imaginação e à inspiração, criando as rimas e imagens mais "cordelistas" ("a trama foi caprichosa, com ouro e prata bordada...").

Os nossos mais sinceros agradecimentos a todas as mãos e cabeças que trabalharam para que nossas idéias se traduzissem em objetos reais! Aí vai o texto na íntegra, com algumas explicações no final, para aqueles que não conhecem tão de perto a história:

"Peço a vossa licença
Neste momento imponente
Pra falar de um caso de amor
Que faz o gosto da gente

História é coisa importante
Na vida do cidadão
É um ligado no outro
Seja amigo, seja irmão
Ela inteira quem é que sabe,
Ao certo com precisão?
Se o que parece começo
É sempre continuação.
De heranças somos feitos
Vários tipos de lição...

Pai e mãe de Carolina
Das artes são guardião
Cassiano poeta malungo
Vem do distante sertão
Faz sentido com as palavras
Tem o dom da invenção
Cristina já canta e toca
Melodia e coração
Também dá gosto de ver
As artes que faz com as mãos

Mãe e pai de Paulo César
A Cidinha e o Paulinho
Com esmero e muito capricho
Apontam lindo caminho
Seu lar está sempre aberto
Para amizade e alegria
Belas lembranças e exemplos
Construíram para a família

Carolina e Paulo César
Agora vão se casar
A história desse romance
Vale a pena contar
No ano dois mil e um
Pelos tempos de janeiro
Na formosa Ilha Anchieta*
Deu-se um encontro certeiro


Sem suspeitar do projeto
Lá no Céu já concebido
Duas Carolinas se encontram
Para encontrar seus maridos
A trama foi caprichosa
Com ouro e prata bordada
Pois que uma Carolina
Seria da outra cunhada

Botucatu foi cenário perfeito**
Pro começo dessa união
Era primeiro de abril
Mentira da solidão
E o menino que era do mar
Tomou gosto pela floresta***
Mudou para Piracicaba
A vida virou uma festa!

Na casa da Siriguela****
Música, fotos e grandes amigos
Tempo de lindas viagens
Estudos bem resolvidos
E os dois, juntando memórias
Para sempre muito queridas

Também o destino da irmã
Nesse tempo foi conhecido
Paulo César trouxe Ancião,
Que se tornaria o marido
Amor que foi celebrado
Num lindo jardim florido

Seguindo as ondas da vida
Algumas separações
Porém, somente no espaço
E nunca nos corações

Então veio a formatura
E a vida de gente grande
Mas o destino bondoso
Para não atrapalhar a união
Guardou emprego pros dois
No mesmo trecho de chão*****

O fim da noite é o dia
O começo do mar é a praia
Amor assim flamejante
Nada no mundo atrapaia

Você faz parte da história
Desse feliz casamento
Que juntos vamos celebrar
Nesse glorioso momento

Carolina e Paulo César
Seus pais, mães e irmãos
Aguardam sua presença
Na grande confraternização!

*a Carol (noiva) já estudava Engenharia Florestal e foi fazer um estágio de férias na Ilha Anchieta, junto com o Sem Rumo (César) e a Prímula (mais uma Carolina), e lá conheceu a Carol, irmã do Paulo Cesar, e a Pollyana, que é prima deles, filha do Waldemir, também Engenheiro Florestal e professor da UNESP/Botucatu. Eita trama caprichosa!

**os estagiários da Ilha Anchieta ficaram bem amigos, e resolveram fazer um encontro depois do estágio, que foi em Botucatu, pois tinha vários estagiários de lá. Nisso a Carol resolveu levar o irmão e aí... bem, o namoro começou naquele dia, e não parou mais!

***o Paulo Cesar começou a estudar Engenharia de Pesca, em Recife, mas resolveu mudar para Engenharia de Aquicultura, em Florianópolis. O namoro começou nessa transição, enquanto ele estava em São Paulo aguardando a chamada do vestibular em Floripa. Não sabe-se ao certo se foram os encantos da Engenheira Florestal, da Engenharia Florestal, da gloriosa Esalq ou da querida Piracicaba... mais provável tudo isso junto, mas o fato é que ele prestou o terceiro vestibular e se formou Engenheiro Florestal!

****Siriguela é o nome da república que a Carol morou em Pira, com a Morena, o Márcio e o Axé, durante um tempo. Depois ficaram só a Morena e o Márcio e quando eles saíram, foram morar lá o Paulo Cesar, o Ancião e o Caramelo. Quando a Carol e o Paulo Cesar decidiram morar juntos, o Caramelo já havia saído e o Ancião cedeu gentilmente a casa, onde moraram por dois anos. É uma casa muito especial, pela história de "ilustres moradores", pelo seu quintal florestal, por festas e comidas memoráveis e por nos ter presenteado com o Jawa, o nosso cachorro, que foi "herdado" de um antigo morador.

*****o Paulo Cesar entrou na Esalq quando a Carol estava no último ano da graduação, mas depois teve o mestrado e os dois concluíram quase juntos. A Carol começou a trabalhar na SOS Mata Atlântica, e o Paulo Cesar foi fazer o estágio de fim de curso na Ecoar Florestal, em um projeto em Porto Feliz. A SOS Mata Atlântica chamou a Carol para trabalhar na base de Itu e a Ecoar convidou o Paulo Cesar a continuar no projeto. Porto Feliz fica a 20 km de Itu e a fazenda onde a Carol trabalha fica no meio do caminho... põe "destino bondoso" nisso!

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