quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Irina Palm

Irina Palm é o nome da personagem principal do filme homônimo, que foi lançado em 2007 e tem quíntupla nacionalidade (França, Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo e Alemanha), segundo o meu querido amigo Google.

A sinopse - portanto, não vou "contar a história" - é mais ou menos assim: uma senhora tem um neto gravemente doente e se compromete a conseguir dinheiro para custear seu tratamento. Sem crédito nos bancos e sem formação profissional, ela acaba caindo num clube privê, motivada pelo anúncio da vaga para recepcionista. Depois de descobrir exatamente do que se tratava ela reluta, mas acaba aceitando e se torna a grande estrela do lugar, sob o pseudônimo de Irina Palm.

O filme é classificado como "comédia dramática" e achei a descrição bem condizente, pois tem um enredo um tanto quanto triste (criança doente é pra arrancar lágrima de qualquer coração gelado, fala verdade?!), mas tem muitas passagens engraçadíssimas e no balanço geral fica longe de ser um drama... mas também não é assim uma comédia, enfim, foram felizes com a classificação.

O cenário principal é o tal clube privê, então se prepare para lidar com cenas de sexualidade explícita, embora não apareça nada "cabeludo", se é que você me entende... de qualquer forma, a censura é pra 14 anos.

Gostei muito do filme e identifiquei várias mensagens interessantes, não sei se "viagem" minha, mas me fez pensar e é isso que importa.

Se você ainda não assistiu, talvez seja melhor fazer isso e voltar depois a essa postagem, pois a partir daqui pode ser que minhas análises interfiram na sua vivência... mas se você não aguentar de curiosidade, fique tranquilo, não vou "contar o final" :)

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Pois bem, vamos lá:

O ponto do filme que mais chamou minha atenção é que a protagonista não mente. Ao contrário do que geralmente acontece nos enredos em que personagens que precisam manter segredo, vão se enrolando cada vez mais em mentiras e confusões, até tudo ser desvendado e prevalecer a moral "viu como não adianta mentir", esse filme vai na linha oposta. Ele mostra uma personagem que banca sua escolha e mais do que dizer "viu como não adianta mentir", a mensagem passada é mais assim: "olha como não precisa mentir". E não é que ela conte todos os detalhes pra todo mundo, pelo contrário (imagina uma senhora de meia idade trabalhando em um clube privê... não é assim tão simples bancar a verdade...).

Outra mensagem que ficou pra mim é que "só uma mãe entende outra mãe". Diria mais: "só uma mãe em desespero e sofrimento entende outra mãe em desespero e sofrimento". Essa passagem é particularmente bonita e me tocou de forma especial, uma vez que estou me preparando para ser mãe.

Nesse mesmo aspecto, entendi um pouco mais o que deve ser a experiência de ser avó. Dizem que vó é mãe duas vezes... acho que é mais complexo... pense: o maior sofrimento para uma mãe deve ser ver o filho sofrer (você que é mãe, me diga); um filho é um órgão extremamente sensível que funciona fora do nosso corpo, portanto é facilmente nosso ponto mais vulnerável (você que é mãe ou pai, me diga); então uma vó tem muito mais chances de ver o filho sofrer, uma vez que esse filho tem um filho e filho é propensão à vulnerabilidade. Respeito mais as avós (e avôs, ok) depois desse filme.

Por fim e voltando à história da verdade, uma outra mensagem é que a verdade, a simples verdade, pode ser a melhor das vinganças. Eu não gosto do "conceito" de vingança, acho bobagem, pois sou consciente da Lei do Karma, mas nesse caso é simplesmente dar um empurrãozinho na Lei do Karma... não precisa fazer nada além de dizer a verdade. Na hora certa, é claro, como um trunfo muito bem guardado.

E ainda tem outras coisas, pequenas passagens, que também dão margem a reflexões, mas aí você vai achar que o filme é perfeito demais e certamente irá se decepcionar, pois é o que geralmente acontece quando inflamos as expectativas!


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