sexta-feira, 7 de maio de 2010

Comemorando!

O dia está lindo e eu estou bem feliz. Hoje é um dia especial, pois daqui a pouco eu vou completar minha vigésima nona volta em torno do sol. Claro que cada dia vivido é muito especial e, na verdade, não há nada de muito grandioso em completar essa volta, mas não deixa de ser um marco, um pretexto para comemorarmos, confraternizarmos e refletirmos. De vez em quando precisa...


Mas outra comemoração do dia de hoje - para mim até mais importante - é o primeiro aniversário da Lei Antifumo no Estado de São Paulo (a lei é do dia 07 de maio de 2009!). Eu comemorei demais essa lei e fico muito feliz que ela tenha "vingado", pois depois dela eu passei a frequentar lugares que não frequentava - ou que frequentava muito pouco, pois saia com cabelos e roupas "empestiados" e, pior, acordava no dia seguinte com crise de rinite :/ Analisando friamente é meio triste que essa disciplina tenha que se dar na forma uma lei... ainda mais em se tratando de cigarro... realmente não consigo entender como tem gente que ainda fuma! Será que o prazer de ter um cigarro aceso na mão, e de sorver sua fumaça, é mais importante do que a preservação de sua saúde?! E o pior é que não é só a saúde do fumante que está em jogo, mas de qualquer um que esteja ao seu lado... Desculpem fumantes, mas hoje, mais do que nunca, estou me permitindo soltar as palavras aqui no Aralume. É o meu presente de aniversário!


Na mesma linha da Lei Antifumo foi a lei de "tolerância zero" para álcool e direção. Também é uma coisa óbvia, mas precisa ter lei, fiscalização e punição para que pessoas não dirijam embriagadas (e como o estado de "embriaguez" é subjetivo, só tendo tolerância zero)... e mesmo assim às vezes não funciona... muitas vezes não funciona.


Esse campo - o do álcool - é bem mais polêmico do que o do fumo e acho que até mesmo do que o das drogas ilícitas. E como resolvi me dar de presente de aniversário total e irrestrita liberdade de expressão, lá vai! (pode não parecer, mas muitas vezes me "controlo" aqui no Aralume, escrevendo e reescrevendo muitas vezes cada postagem!). Espero que você continue essa leitura até o final... e espero também que sinta-se à vontade para deixar comentários, com irrestrita liberdade de expressão ;)


Desde a adolescência, principalmente depois de entrar na faculdade, sempre me diverti bastante com algumas "peripécias alcoólicas"... tudo bem que algumas diversões acabavam literalmente me virando do avesso e comprometendo significativamente o dia seguinte. Mas mesmo assim, considero que nunca cheguei a estar em "grupo de risco"; nunca saí da "normalidade" para a minha faixa etária e sociocultural.


Depois de um tempo cheguei à brilhante conclusão de que não valia a pena "estragar" um dia - e minha saúde - por conta de excessos alcoólicos, aí passei a simplesmente apreciar com moderação e era muito gostoso tomar uma cerveja antes do almoço, ou na beira da praia, ou num fim de tarde na calçada do bar; degustar um vinho, na cozinha, à mesa... e aquela cachacinha mineira direto do alambique?!


Até que resolvi considerar friamente o papel do álcool na minha vida, e me fiz a simples pergunta: Pra quê?! Ah, é gostoso... Fui mais fundo na minha análise e não demorei para "descobrir" que o álcool é uma substância que causa dependência e altera nosso estado de consciência, logo, não é assim tão inofensivo. O risco vale a pena? O efêmero prazer que ele proporciona vale o distanciamento que ele causa? Distanciamento dos sentidos, da realidade, do eu. Definitivamente não vale.


E pronto, foi fácil. Faz quase dois anos que me fiz essas perguntas e exatamente o mesmo tempo que não degusto absolutamente nada de álcool (ok, deve ter passado algum bombom de licor nesse meio tempo, rs...). Se foi difícil? Olha, bem menos do que eu imaginava... o paladar da cerveja é substituído pela sem álcool (acredite, não é tão ruim assim!); o paladar do vinho seco às vezes dá saudade, mas "nada grave". E só.


Inicialmente essa simples atitude de excluir algo que era habitual traz um grande fortalecimento. Não pela substância que foi excluída, mas pela "vitória" de conseguir. É engraçado, mas fiquei aliviada, pois tive a constatação irrefutável de que eu não era alcoólatra! Sem querer fazer alarde, mas enquanto você consome algo sistematicamente, mesmo que não te traga muitos prejuízos aparentes, você jamais saberá se é dependente disso. O estereótipo do alcoólatra que dá vexames, larga emprego e arruína a família existe, mas o alcoólatra "à paisana" existe também.


Com pouco tempo de abstinência alcoólica eu já notava uma expressiva melhora na qualidade dos meus sentidos, principalmente do olfato, pois passei a sentir cheiros que antes não sentia (o que nem sempre é bom, rs...). O senso de equilíbrio físico também deu um salto, que pude constatar nas práticas de yôga. Os reflexos ficaram mais aguçados e me sinto muito mais presente.


O meu convívio social não foi afetado em nada, pois continuo saindo com os mesmos amigos (ajuda o fato de eu nunca ter tido uma turma "da pesada"). E não me incomoda pedir uma cerveja sem álcool, ou tomar um suco, ou uma água tônica (descobri o prazer da água tônica, hehe). Me divirto normalmente nas festas, danço, converso, dou risada... às vezes as "conversas de bêbado" são meio chatas, mas nada que comprometa a amizade!


Enfim, essa decisão de não ingerir mais bebidas alcoólicas só me trouxe benefícios e nenhum prejuízo. E dados os prejuízos que o álcool causa, na sociedade e no indivíduo, esse boicote acaba sendo uma atitude de cidadania, embora não tenha sido essa a minha motivação inicial.


Da mesma forma como falo nos meus "discursos ambientalistas", cada um vai até onde dá. E esse limite vai expandindo-se naturalmente, conforme você incorpora as práticas. Se você não separava o lixo para reciclagem e hoje separa, maravilha! Que tal agora fazer compostagem? Ainda não rola? Tudo bem, continue separando o lixo reciclável então, está ótimo. O que não podemos é "desistir", "regredir", porque não damos conta de fazer "tudo". Porque se você for parar pra pensar mesmo, seriamente, fica louco. Isso vale para meio ambiente, para saúde, para estudo, para trabalho, enfim, pra vida!


A "fórmula" que procuro incorporar na minha vida é o autoestudo, a autossuperação e a autoentrega. Autoestudo para conhecer meus mecanismos, conhecer meus limites e minhas possibilidades de extrapolá-los; autossuperação para expandir esses limites e me aperfeiçoar cada vez mais; e a autoentrega traz justamente essa tranquilidade de saber que estou no caminho, estou me esforçando e não precisa ser tudo "pra já".

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