terça-feira, 26 de maio de 2009

Notícias de última hora


A pedido da Nádia, minha colega e coordenadora do projeto "A Mata Atlântica é Aqui: exposição itinerante do cidadão atuante", gostaria de divulgar e convidar a todos para participar de mais essa iniciativa ousada da SOS Mata Atlântica.


Trata-se de um caminhão que levará a Mata Atlântica para 40 cidades das regiões sudeste e sul, com atividades de mobilização, educação e sensibilização sobre a importância desse que é um dos biomas mais importantes e ameaçados do mundo. O lançamento foi esse final de semana em São Paulo, durante o Viva a Mata, e a primeira cidade a receber o caminhão é Itu, de 27 a 31 de maio. As próximas serão Campinas, Piracicaba e Bauru.


A programação completa e mais detalhes no site http://www.sosma.org.br/.

Consumo básico: comida!


Continuando o assunto de consumo, resolvi escolher um dos tópicos mais básicos, a nossa alimentação.

A escolha dos alimentos tem consequências internas e externas, mas é dessa segunda categoria que falarei, uma vez que as consequências internas são muito particulares, ou seja, dizem respeito à individualidade de cada um, mas as consequências externas dizem respeito à coletividade, incluindo aí seres humanos, outros animais, plantas e toda a "estrutura física" do planeta, como água, terra, minérios, ar e energia. Portanto, o que você come é sim de interesse público!

Vou começar por um assunto polêmico, o consumo de carnes. Eu sou vegetariana por motivos internos e externos, e na minha opinião é necessário que haja esses dois aspectos, pois acho muito difícil alguém adotar o vegetarianismo apenas por preocupações externas. Mas mesmo não se adotando uma dieta vegetariana, é possível consumir carnes com responsabilidade.
A figura que ilustra essa postagem é de um Guia de Consumo Responsável de Pescados, feito pela UNIMONTE (download no site http://www.unimonte.br/). Comecei pelos pescados, pois muitas pessoas que abdicam de outros tipos de carne, acabam mantendo os peixes e frutos do mar, mas esquecem-se dos grandes impactos - e até extinções de espécies - causados pela pesca predatória, e também da poluição gerada pelos cultivos em cativeiro (a carcinicultura - cultivo de camarões - por exemplo, é grande responsável pela degradação de áreas de estuário, fundamentais à vida nos oceanos...). Então, da próxima vez que for saborear um peixinho, lembre-se desse guia; lembre-se de toda a vida existente nos rios e oceanos; lembre-se que esses seres desenvolvem-se na água, matéria fundamental à toda forma de vida; e aprecie com moderação!
Outro item que precisa de moderação é a carne bovina. Para produzir um quilo de carne bovina são necessários 10 mil metros quadrados e 15 mil litros de água doce e limpa, isso sem falar em todo o consumo de energia e geração de poluição. Para saber mais, acesse o material da Sociedade Vegetariana Brasileira (http://www.svb.org.br/). Sim, pode-se pensar que são tendenciosos, por serem vegetarianos, mas contra fatos não há argumentos, e os fatos da produção de carne são realmente alarmantes. Com relação a aves e suínos, a utilização de espaço é bem menor comparando-se com gado, mas a produção de efluentes poluentes também á grande. Isso sem falar no conforto animal, que só quem conhece uma granja sabe a tristeza que é... para conhecer um pouco dos bastidores da indústria da carne assista o filme "A carne é fraca".
Mas se você adora um bom churrasco, não tem problema, pode continuar consumindo sua carne. Mas faça isso com responsabilidade; aplique o primeiro erre (Reduzir) - você não vai ficar anêmico por causa disso e, muito pelo contrário, pode até adquirir mais vitalidade. Se você já tem um maior grau de preocupação com o planeta, deve usar o erre Recusar, sendo seletivo com os produtos que consome.
E com relação aos outros alimentos? A agricultura também não é nenhuma "santa" nessa história e é responsável também por destruição de florestas, por poluição proveniente de agrotóxicos e por desigualdades e conflitos sociais no campo. Para minimizar esses impactos, o ideal é procurar consumir ao máximo alimentos frescos, aqueles comprados em feiras e quitandas, e se forem orgânicos, melhor ainda! Infelizmente ainda há uma barreira de preço para muitas pessoas, mas é possível ir substituido alguns itens. Outra alternativa é comprar direto do produtor, ou de cooperativas e associações, para conseguir preços mais baixos e ainda estimular formas mais justas de comércio e de remuneração no meio rural.
Para os alimentos industrializados, é importante avaliar suas embalagens: se forem retornáveis, é o ideal; quanto menos embalagem, melhor; quanto mais biodegradável e reciclável, também melhor.
O mundo não pode ser tratado como um supermercado gratuito e inesgotável, e para isso precisamos consumir com responsabilidade. Que tal começar pelos itens que você coloca para dentro do seu próprio corpo?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Consumo, logo existo

A inspiração dessa semana tem a ver com a minha formação e atuação profissional; não diretamente, mas com aquele "pano de fundo" que orienta, motiva e faz a gente levantar cedo todo dia e sentir que vale a pena: meio ambiente, natureza, ecologia, sustentabilidade, enfim, os conceitos verdadeiros por trás de termos tão "batidos".

E o gancho para trazer esse assunto à tona é o mundo urbano em que a maioria de nós (infelizmente) vive e que traz o componente obrigatório do consumo, em sua acepção mais agressiva, ostensiva e anti-responsável que o termo possa assumir. Mas é justamente nesse "antro" que pode estar a "salvação". Assumindo que o consumo é inevitável (prefiro assumir isso do que divagar em especulações pouco práticas para uma porta de saída), e enxergando a força que tem o mercado consumidor, vemos que pode ser possível fazer do consumo um aliado.

A prática dos 3 Rs (já inventaram vários erres, mas os 3 básicos são um bom começo) ajuda:
- Reduzir - consiste basicamente em evitar o desperdício, consumindo apenas e necessário, e indo além, fazendo uma reflexão sobre o que é realmente necessário. Só com a prática desse erre o consumo já é reduzido drasticamente, e com ele muitas formas de poluição são evitadas, desde a fabricação do produto, até a sua decomposição; sem falar nas matérias primas que deixam de ser utilizadas, diminuindo a pressão pelas mesmas.
- Reutilizar - envolve a reflexão sobre o produto na hora que você diz "não serve mais, joga no lixo". Será que não serve mesmo?! Será que dá para fazer outra coisa com essa "sucata"? É interessante usar a imaginação e a prática pode se tornar inclusive lúdica, descobrindo novas funções para embalagens, por exemplo. Também ajuda a reduzir a poluição para gerar novos produtos e o uso desnecessário de matéria prima.
- Reciclar - esse é o que geralmente as pessoas mais conhecem, mas é na verdade o último elo da reflexão, uma vez que o processo de reciclagem consome água, energia, tempo e recursos e, por sua vez, também gera resíduos e poluição. Além disso, são raros os produtos que são feitos 100% a partir de material reciclado, então também envolve matéria prima "virgem". Ué, mas então não vamos reciclar? Sim, claro que vamos, mas antes vamos praticar os dois primeiros erres e, aí sim, o que "sobrar", recicla-se.

O Recusar também é interessante, mas trata-se de uma postura mais xiita, pois consiste em simplesmente banir certos produtos considerados nocivos, seja a quem os fabrica (pensando na saúde e bem estar dos trabalhadores), seja para o meio ambiente (pensando nos resíduos e poluição que gera), seja para quem o consome - sim, consumimos coisas que nos fazem mal...

Dicas finais

Os principais momentos para colocar os erres em ação são óbvios, mas não custa lembrar:

* toda e qualquer "ida às compras", por mais ingênua que possa parecer: supermercado, farmácia, feira, shopping... (não basta levar a eco bag, tem que saber o que colocar dentro dela!);
* todo e qualquer momento que se "joga fora" alguma coisa: na cozinha, no banheiro, na lixeira da rua, no trabalho. Aquele material que jogamos no lixo não some em um passe de mágica... muito pelo contrário, pode permanecer no planeta mais tempo que nós mesmos. Olhe para o seu lixo! O que dele poderia ser evitado? Não basta jogar no lixo; precisamos saber em que lixo jogar; precisamos saber para onde vai esse lixo e o que acontecerá com ele - a responsabilidade é nossa!

Cenas do próximo capítulo

Para a próxima semana o tema continua. Vou tentar trazer atitudes mais práticas e concretas...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Pra (re) começar...

Usando o jargão dos seriados americanos, inauguro a "segunda temporada" do Aralume. E começo a segunda terminando a primeira... explico: é que o tópico "casamento" acabou ficando sem nenhuma menção à lua de mel, por falta de fôlego e pela necessidade de "voltar à vida normal", depois de um ano pensando quase que exclusivamente em casamento (e em lua de mel, por consequência).

Mas seria muita injustiça ignorar essas duas semanas tão especiais que tivemos, então aí vai um relato-relâmpago e quem quiser mais detalhes, entre em contato que será um prazer relembrar (acompanhe o relato vendo as fotos: http://picasaweb.google.com.br/caepece/LuaDeMel#):

Não, não foi uma lua de mel comum (é claro). O trajeto foi feito de bicicleta (!). O fato foi mantido em segredo até o dia do casamento, mas planejamos todo o roteiro considerando esse sensacional meio de transporte. As magrelas viajaram de avião até Ilhéus e foi engraçado montá-las no aeroporto e sair pedalando. Dormimos a primeira noite em Ilhéus e seguimos para Serra Grande, onde ficamos hospedados na maravilhosa pousada Sukhavati (http://www.sukhavati.net/sukhavati.htm), que é toda decorada com móveis de Bali e tem um astral delicioso! Nosso amigo Matheus, que trabalha no Instituto Floresta Viva, tem o privilégio de morar a 200 metros dessa pousada e foi uma delícia revê-lo!

Depois de três dias nesse paraíso pedalamos até Itacaré, com direito a muitas subidas e descidas e um banho na praia da Engenhoca no meio do caminho, onde tomamos o melhor coco verde da viagem. Em Itacaré ficamos só uma noite, mas foi o suficiente para fazer bons amigos, como o Fábio, da Pousada Barcaça (linda, por sinal) e o Xan, do restaurante Manga Rosa (ótimo também), que nos socorreu com seus conhecimentos em mountain bike, consertando um elo torto da corrente, que poderia ter causado contratempos bem desagradáveis...

De Itacaré pegamos a balsa para a Península de Maraú e enfrentamos um pedal por uma estradinha linda, com muita lama e que "não acabava nunca"! Mas o esforço valeu a pena quando vimos a cor do mar do Ecoresort Naturapura (http://www.naturapura.com.br/)! Passamos o carnaval nessa agradável pousada, que é cuidadosamente administrada pelo Fred e pela Vivian e fica na praia de Cassange, ao lado do agito de Taipus de Fora, mas totalmente sossegada.

De Barra Grande, a estrela da península, nós só conhecemos o píer, no dia de ir embora, pegando o barco pra Camamu. Fica pra uma próxima... deixamos nossas queridas magrelas na casa do Maurício, também "amigo novo", personificação da hospitalidade baiana! Fomos de ônibus até Valença e de lá mais duas horas de lancha até a Ilha de Boipeba. Valeu o esforço! É difícil encontrar palavras pra descrever a atmosfera desse lugar, um vilarejo tranquilo e alegre, com muitas flores e casinhas coloridas, crianças brincando na rua... ficamos na Pousada Santa Clara (http://www.santaclaraboipeba.com/), que tem o melhor restaurante da Ilha, artesanatos lindíssimos e a hospitalidade do Charles.

Na volta, fomos "resgatados" pela Ana e pela Solange, as gaúchas mais baianas que existem! A Ana já era amiga desde Pira, e a Solange é amiga dela, que conhecemos naquele dia. Dormimos em Ilhéus, na casa da Ana, mas antes assistimos um show do Xangai! Para encerrar a viagem, um city tour diferente: de caiaque.

A viagem foi perfeita, enquanto viagem simplesmente, e também enquanto lua de mel. Depois de todo o estresse do casamento, poder ficar "a sós", namorando, passeando, jogando conversa fora... é a melhor coisa que tem! Casais, ouçam o conselho: lua de mel é essencial!