sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Em busca da Humanidade

Acabo de chegar de mais um dos encontros com o meu dentista. Não gosto de chamá-lo de "dentista" porque esse rótulo não diz absolutamente nada sobre o trabalho que ele faz... Poderia dizer assim: "acabo de chegar de mais um dos encontros com a pessoa que me ajuda a cuidar da minha saúde"; ou, melhor ainda: "com a pessoa que vem me mostrando o que é Humanindade*, com a pessoa que vem me mostrando as possibilidades de Ser Humana". Ajudou?! rs...

Bem, como sempre, ele repetiu muitas coisas e, como sempre, ouvi tudo pensando: "não quero me esquecer disso!". E como sempre, ele adicionou novos elementos, novas cutucadas, novas flores e novos aromas. Se você está achando isso tudo muito louco, é pra achar mesmo! É até um bom sinal, porque do jeito que as coisas andam de ponta cabeça, só sendo muito louco mesmo pra ser feliz no meio dessa balbúrdia.

O que mais gostei da conversa de hoje são os motivos da alienação humana, do distanciamento das pessoas da sua verdadeira Humanidade. São quatro:
- a ânsia por ganhar dinheiro;
- a moral religiosa;
- o consumo desenfreado;
- a informática.

Dá pano pra manga, hein?! E eu que gosto tanto dos meios digitais... nesse aspecto ele falou uma coisa muito bacana: que as pessoas vivem num mundo virtual, de altas tecnologias e cada vez menos contato físico, mas as coisas só se resolvem no real! Enquanto está no virtual é só máscara, é só ilusão, é só "tapar o sol com a peneira". Nada substitui um olho-no-olho, um boca-a-ouvido, um "mão naquilo, aquilo na mão" (essa parte é por minha conta, citando Os Aspones, rs... mas tenho certeza de que ele - o "dentista" - assinaria embaixo!).

Sobre consumo acho que não precisa falar nada, né?!

A moral religiosa aliena a partir do momento em que castra os prazeres e desejos, pois é a partir deles que você identifica as suas reais necessidades. E é a partir da satisfação dessas necessidades que você vai exercer a plenitude do Ser Humano.

E sobre o dinheiro, não é ele um mal em si, mas sim "se matar" (nem sei se cabem aspas aqui, pois tem um sentido muito literal...) pra ganhar dinheiro. Entra aqui também a exploração do homem pelo homem, a "democratização da escravidão", como ele diz - antes escravizavam-se raças, etnias; agora serve qualquer um!

Estamos rumando para uma verdadeira Humanidade, que até agora não mostrou as caras. Pelo que estou entendendo, esse processo é primeiro individual; cada um vai descobrindo o Ser Humano dentro de si, para que então, em determinado momento, esse conjunto de Seres Humanos forme, naturalmente, a Humanidade. Não haverá revolução, não haverá guerra, não haverá "arca de Noé". Não sei o que haverá.

Mas estou fazendo a minha lição de casa.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Começando devagar...

Se você lê o Aralume há algum tempo, e se me conhece, sabe o quanto ele me reflete. Adoro esse espaço de conjecturas, sem censuras. Com todo respeito ao leitor, mas isso aqui é muito mais um exercício pessoal de auto conhecimento, do que qualquer outra coisa. Quando escrevo, organizo meus pensamentos e fica tudo muito mais claro. E, por outro lado, se você lê é porque sabe o valor de aprender com as experiências dos outros. Por isso que a gente lê tanto... ou deveria!

Mas toda essa introdução pra dizer que, assim como reflete o Aralume, eu estou começando meu ano devagar. Nos anos anteriores, "desde tempos imemoriais", eu sempre comecei no maior pique, às voltas com alguma grande viagem, com grandes histórias, lindas fotografias, mil projetos e por aí vai. Esse ano resolvi fazer diferente, contrariando a máxima "não se mexe em time que está ganhando" - hehe, sim, eu estou ganhando. Sempre! ;)

Bem, decidi começar o ano trabalhando. Decidi começar o ano em companhia das famílias (juntamos a minha família com a do PC no reveillón e foi muito bacana!). Decidi fazer as coisas de forma mais planejada. Aquela listinha romântica das resoluções de ano novo, que já fiz tantas vezes, em tantos caderninhos à beira de lugares fantásticos, agora está virando uma planilha com "o quês", "comos" e "quandos", principalmente os "quandos"! Pra começar, 2011 ficou curto pra tudo que eu queria, então resolvi isso projetando até 2020 (!!!). Isso mesmo: onde eu quero estar daqui a uma década? É um exercício bem interessante e é claro que a gente não resolve em um dia, então precisa ter muita disciplina e organização pra não deixar a empolgação passar e tudo voltar ao seu curso de "piloto automático".

Uma grande vantagem de ter um planejamento é que fica mais fácil lidar com imprevistos, fica mais fácil improvisar, porque o seu panorama geral da situação está mais claro. Você só não pode ficar escravo do planejamento... tem que ser flexível, tem que saber a hora de mudar, tem que saber por que mudar.

E nesse ritmo mais lento é mais fácil (e seguro) fazer as manobras. Sinto isso quando estou dirigindo o Bento, meu fusquinha, rs... como diz o Lenine: "devagar pra contemplar a vista, menos peso no pé do pedal". Diminuir o ritmo é um artifício para obter maior consciência nos atos e depois, conforme a consciência é adquirida, a gente vai aumentando a velocidade, mas sempre cuidando para que o piloto automático não tome conta (de vez em quanto ter um piloto automático é muito confortável, e até importante, mas é você que deve ligá-lo e desligá-lo, conscientemente).

Outra proposta que está imbutida no conceito de "começar devagar" é me permitir alguns "furos". Por exemplo, eu resolvi que vou lavar o quintal todo dia (quem tem dois cachorros e um quintal pequeno me entende! - mas eu uso racionalmente a água, com baldes e nada de mangueira). Estabeleci isso porque considero importante para o bem estar da casa... dia sim, dia não já não resolve. Mas se um determinado dia eu não conseguir lavar o quintal, ok, sem problemas, amanhã eu lavo. Esses furos são permitidos no começo, que é um período de ajuste de rotina e de teste também (será que é mesmo necessário lavar o quintal todo dia?). Dado um prazo de adaptação, eu resolvo se vai ser todo dia mesmo, e depois de resolvido os furos já não serão tratados com tanta "amabilidade".

Às vezes a gente quer se impor uma disciplina ferrenha, à qual não estamos acostumados, e ela dura uns dois ou três dias... depois geralmente fica pior do que era antes da tal resolução. A famosa história da segunda-feira, que é dia de começar regime, atividade física, etc... como é que vai estar no fim de semana?! Eu prefiro admitir uns furos no começo, para ir incorporando a prática. Mas é importante ter esse prazo de teste definido, porque tem uma hora que os furos passam a ser desculpa pra indisciplina e isso vai minando a nossa motivação, a nossa auto estima. A sensação de conseguir fazer uma coisa é propulsora!

E sem ingenuidade: recaídas existem. O que talvez ajude a evitá-las é a noção de que o esforço para levantar de uma recaída é maior do que aquele para evitá-la. Nunca fui viciada em nada, mas já percebi isso em outros planos, ou em vícios mais sutis, que possam ter passado despercebido desse rótulo.

Estava com saudade de escrever... por mim ficaria aqui por horas... escrevendo, lendo, relendo, escrevendo... mas a lista de afazeres está grande! Equilibrando dever e prazer vou seguindo.

"Tão importante quanto saber quem sou, de onde vim e para onde vou é saber quem vai fazer o almoço hoje!" (li algo parecido em uma revista, já faz tempo, vou ficar devendo a fonte...).

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Os Aspones

Ainda meio em ritmo de férias, o Aralume chega "acordando" mais tarde, mas dessa vez pontual, afinal, hoje ainda é terça!

Minha nova diversão é inserir frases no aplicativo que acabo de criar no Facebook: Filosofia ASPONE! Eita falta de coisa pra fazer... até parece... é que eu e o PC estamos reassistindo a série e tem tanta pérola que na hora pensei num aplicativo. E como uma das minhas resoluções de ano novo é sair do plano (apenas) das ideias e ir para o concreto, real, investi alguns minutos e pronto, ideia concretizada!

Se você não sabe do que estou falando, corra para o You Tube e digite Os Aspones. É uma série que tem roteiro da Fernanda Young e foi ao ar pela Globo lá pelos idos de 2004. São apenas sete episódios, um melhor que o outro e o último é o auge! Mas vale a pena assistir na ordem, para entender toda a "trama", huiauhhaha! Gargalhadas garantidas por um elenco de primeira.